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“Tenho netos lá”: sobrevivente do nazismo fala em novo Holocausto

Sobrevivente do Holocausto compara ataques promovidos pelo Hamas contra civis a agressões nazistas que sofreu quando criança na Romênia

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Soldados israelenses removem os corpos de civis, que foram mortos dias antes em um ataque de militantes palestinos neste kibutz perto da fronteira com Gaza - Metrópoles
1 de 1 Soldados israelenses removem os corpos de civis, que foram mortos dias antes em um ataque de militantes palestinos neste kibutz perto da fronteira com Gaza - Metrópoles - Foto: Amir Levy/Getty Images

São Paulo – Aos 90 anos, o sobrevivente do Holocausto Joshua Strul, que mora em São Paulo desde 1956, afirma que os ataques do grupo terrorista Hamas contra civis em Israel reviveram memórias sobre a perseguição que sofreu quando era criança na Romênia, cercado por tropas nazistas.

Preocupado com a segurança de familiares que moram em Israel, Joshua diz sentir hoje um medo semelhante ao que sentia na época. Ele tem uma neta de 23 anos que mora em Jerusalém e serve ao Exército de Israel; e um neto de 17, que estuda em Haifa, no Instituto de Tecnologia Technion.

“Ninguém sabe o que vai acontecer. A gente fica muito triste e preocupado com eles”, diz Joshua ao Metrópoles. Para Strul, o povo judeu vive “um novo Holocausto”.

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Joshua Strul em celebração com familiares
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Joshua Strul em frente a árvore plantada no bosque do museu do Holocausto em Jerusalém em homenagem da Elisabeta Strul

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“O que está acontecendo agora é igualzinho ao que aconteceu no Holocausto. É como se fosse um novo holocausto. Estamos preocupadíssimos. Estamos reunidos nas sinagogas de todo o mundo para pedir o auxílio divino para abrir a cabeça dos líderes e tentar terminar com essa carnificina que está acontecendo agora”, diz o sobrevivente.

“Hoje os judeus têm um país capaz de defendê-los. Na época da Segunda Guerra, não existia. O mundo foi omisso na época. Hoje, é preciso fazer alguma coisa. A melhor coisa é negociar. Israel está pronto para sentar à mesa e negociar”, completa.

Ameaça nazista

Joshua Strul afirma que a imposição das leis raciais pelo regime nazista mudou completamente a vida de sua família, que vivia do comércio e, em 1941, teve os bens confiscados. Antes que pudessem deixar o país, eles foram levados para barracões de madeira, onde viviam sem condições de saneamento e higiene básica.

“Nós fomos expulsos da nossa cidade. Em 24 horas, tivemos que largar tudo, largar nossas propriedades. Passamos frio e fome. Meu irmão de 2 anos de idade faleceu de frio e inanição. Não era um gueto, era um negócio provisório, sem estrutura de saneamento básico”, diz o sobrevivente.

Em 1942, Joshua e vários outros judeus que moravam nos barracões foram levados para uma estação de trem, na cidade de Bacau, de onde seriam transportados de trem para o complexo de Auschwitz-Birkenau.

“Eu, felizmente, não consegui fazer essa viagem, porque o Todo Poderoso enviou uma nevasca e um frio de 35 abaixo de zero, e os funcionários da ferroviária não conseguiram acoplar os vagões. Eu e minha família acabamos ficando lá no campo.”

Mortes de israelenses e palestinos

O governo de Israel estima que mais de 900 cidadãos israelenses tenham sido mortos, e outros 2,6 mil ficaram feridos, durante a guerra contra o grupo extremista islâmico Hamas, que já dura quatro dias. A atualização mais recente foi divulgada na manhã desta terça-feira (10/10) pela embaixada de Israel no Brasil.

Em territórios palestinos, a estimativa é que outras 787 pessoas tenham morrido e 4,9 mil ficaram feridas. Desde o episódio mais recente do conflito, já são mais de 1,7 mil mortos e 7,5 mil feridos em Gaza, Cisjordânia e Israel. Além disso, segundo autoridades, 1,5 mil corpos de integrantes do Hamas foram encontrados em território israelense.

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