“Tenho confiança na Marta”, disse Nunes, sem saber de reunião com Lula
Prefeito Ricardo Nunes disse na manhã desta 2ª feira que “desconsidera” qualquer proposta de saída de Marta Suplicy do seu rol de aliados
atualizado
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São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), deu uma entrevista na manhã desta segunda-feira (8/1) dizendo que confiava em Marta Suplicy no mesmo instante em que ela chegava ao Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir sobre o possível retorno ao Partido dos Trabalhadores para ser vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), principal adversário do emedebista na eleição à Prefeitura de São Paulo neste ano.
Conforme o Metrópoles mostrou nesta segunda, a ex-prefeita da capital, que é secretária de Relações Internacionais de Ricardo Nunes, esteve no Planalto pela manhã acompanhada do deputado federal Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT, além do marido, o empresário Márcio Toledo. Marta tirou férias da Prefeitura durante o mês de janeiro, enquanto negocia seu futuro político.
O desejo de Lula em ter Marta de volta ao PT para ser vice de Boulos foi revelado pelo Metrópoles no início de dezembro. Apesar da confiança demonstrada por Nunes em sua secretária, aliados do prefeito dão como certo o desembarque dela da gestão municipal diante da confirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará no palanque do emedebista.
Na manhã desta segunda, Nunes foi questionado sobre a possibilidade de perder a aliada, que também desempenhava papel de conselheira política. “Desde que começaram a sair essas matérias, a gente não falou sobre esse assunto. Acho que se tivesse algo de concreto, ela teria falado comigo”, disse Nunes.
“Como ela não me comunicou, estou desconsiderando essa situação. Tenho confiança na Marta, acho que ela faz um bom trabalho. A gente tem uma relação pessoal, ela tem uma amizade pessoal com a minha esposa. Não vejo nada com relação a mudança de comportamento”, afirmou o prefeito.
Nunes vem tentando emplacar o discurso de que é preciso unir os campos do centro e da direita contra Boulos, tachado por ele de “extrema esquerda”. O prefeito tem feito uma série de críticas ao deputado do PSol, mas tem preservado o PT.
“Fui prefeito com o presidente Bolsonaro, uma relação ótima. Sou prefeito com o presidente Lula, uma relação ótima”, disse Nunes nesta segunda, demonstrando que tem diálogo com os dois polos.