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Teatro Oficina: emparedamento de arco foi feito sem aval do patrimônio

Órgãos de patrimônio vão vistoriar arcos emparedados do Teatro Oficina, que é tombado; Grupo Silvio Santos é responsável pela obra

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Imagem mostra arcos emparedados ao fundo de teatro - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra arcos emparedados ao fundo de teatro - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — Órgãos de defesa do patrimônio histórico afirmam que não foram procurados pelo Grupo Silvio Santos e, portanto, não aprovaram o emparedamento dos arcos do Teatro Oficina, que é um prédio tombado na região central de São Paulo. As aberturas foram fechadas nesta quinta-feira (6/2). O Ministério Público de São Paulo instaurou procedimento para investigar a obra.

A polêmica sobre o emparedamento dos arcos está relacionada com a remoção de uma escada que promovia o acesso ao terreno do Grupo Silvio Santos, a partir dos fundos do teatro.

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Teatro Oficina, na região central de São Paulo
Teatro Oficina, na região central de São Paulo
Arcos emparedados do Teatro Oficina, na região central de São Paulo
Arcos emparedados do Teatro Oficina vistos a partir dos fundos do terreno do Grupo Silvio Santos
Teatro Oficina, na região central de São Paulo
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Arcos emparedados do Teatro Oficina, na região central de São Paulo

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Arcos emparedados do Teatro Oficina vistos a partir dos fundos do terreno do Grupo Silvio Santos

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Terreno do Grupo Silvio Santos, usado como estacionamento, onde se discute a criação do Parque do Rio Bixiga, em São Paulo

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Terreno do Grupo Silvio Santos, usado como estacionamento, onde se discute a criação do Parque do Rio Bixiga, em São Paulo

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Terreno do Grupo Silvio Santos, usado como estacionamento, onde se discute a criação do Parque do Rio Bixiga, em São Paulo

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Terreno do Grupo Silvio Santos, usado como estacionamento, onde se discute a criação do Parque do Rio Bixiga, em São Paulo

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Arcos emparedados do Teatro Oficina, na região central de São Paulo

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Em sentença de 14 de setembro do ano passado, a juíza Daniela Dejuste de Paula afirmou que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) concordou com a remoção da escada metálica, mas destacou que era necessária prévia aprovação pelos órgãos de proteção e preservação do patrimônio para o refazimento da parede. Paula acolheu o parecer da Promotoria.

Questionada nesta segunda, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, afirmou que o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) não foi consultado sobre a obra e vai vistoriar o local. “O Teatro Oficina é tombado pela Resolução 05/CONPRESP/91, além de tombado pelo Condephaat e Iphan, e, portanto, qualquer intervenção deve ser submetida à prévia análise e autorização dos órgãos de preservação”, diz, em nota.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou nesta segunda que “recebeu com surpresa a notícia do emparedamento da fachada posterior do edifício que, desde 1961, abriga o Teatro Oficina”.

“O casarão, localizado no bairro do Bexiga, em São Paulo (SP), encontra-se tombado em nível federal pelo Iphan desde 2010. Na oportunidade, foram definidas as medidas que garantem a preservação do imóvel, o que implica na necessária aprovação, pela Superintendência do Iphan em São Paulo, de qualquer obra de intervenção direta ou indireta no bem ou no seu entorno”, disse, em nota.

Segundo o Iphan, caberia ao órgão aprovar qualquer intervenção no bem tombado por parte do proprietário do imóvel vizinho ao Teatro Oficina, o que não ocorreu. “Em decorrência, o Iphan irá realizar vistoria de fiscalização nesta terça-feira (6/2)”, afirmou.

Já a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente instaurou procedimento para apurar a emparedamento.

Parlamentares do PSol (deputados estadual e federal, além de vereador) também entraram com representação na Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo para que determinar a remoção dos tijolos, a intimação dos órgãos responsáveis e a condenação do Grupo Silvio Santos por dano ao patrimônio público e cultural.

O que diz o Grupo Silvio Santos

Procurado nesta segunda à noite para se manifestar se acionou ou não os órgãos do patrimônio antes do emparedamento dos arcos, o Grupo Silvio Santos manteve a resposta publicada anteriormente.

O Grupo Silvio Santos disse que “só buscou reparar o estado original de nosso imóvel após longa e exaustiva discussão jurídica que reconheceu, nos autos do processo, que a referida escada nunca havia sido parte do tombamento do Teatro Oficina”.

Segundo o grupo empresarial, foi comprovado o direito, obteve-se a decisão favorável e foi cumprida a decisão judicial. “O correto teria sido a outra parte ter executado o reparo, mas, pela incapacidade financeira alegada, o Juízo entendeu que o GSS poderia fazê-lo”, afirmou, em nota. “Reforçamos que temos muito respeito pelo Teatro Oficina e esperamos que compreendam”, disse.

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