Tarcísio tira R$ 15 mi das câmeras corporais para pagar “bico” dos PMs
Ao todo, governador Tarcísio de Freitas remanejou R$ 98 milhões de ações e programas da Polícia Militar para custear jornada extra de PMs
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) remanejou R$ 98 milhões que estavam reservados para ações e compras de equipamentos da Polícia Militar paulista para pagar diárias extras do chamado “bico oficial” dos PMs.
Entre as ações que perderam recursos — R$ 15,2 milhões — está o programa de câmeras corporais nas fardas dos PMs, que é criticado por bolsonaristas e não foi ampliado pelo governo Tarcísio. Estudos e dados oficiais mostram que o uso dos equipamentos ajudou a reduzir a letalidade policial.
Em decreto publicado no Diário Oficial de quarta-feira (4/10), o governo Tarcísio também remanejou para pagar a jornada extra de policiais militares R$ 41,4 milhões que estavam previstos para polícia ostensiva e preventiva, R$ 6,7 milhões para inteligência e R$ 5,4 para o atendimento à saúde dos PMs.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que “não houve corte nos recursos para os contratos já existentes” da pasta e que “os três contratos de câmeras corporais para os policiais militares serão pagos na íntegra”.
Ainda segundo a secretaria, por causa da “queda de arrecadação” neste ano, “o Estado solicitou que despesas já comprometidas fossem cobertas, em detrimento de expansão de contratos”.
Por isso, completa a pasta, “houve remanejamento de recursos de custeio para despesas mais urgentes, como por exemplo, a Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem)”, o chamado “bico oficial” dos PMs, pago por serviços realizados pelos agentes nos dias de folga.