Tarcísio deixa Palácio, hospitais e quartel da Rota em site de venda
Catálogo de edifícios públicos que podem ir a leilão tem prédios como Palácio dos Bandeirantes; governo diz que site está em desenvolvimento
atualizado
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São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) está repaginando um site oficial para anunciar imóveis públicos do estado que serão colocados à venda por meio de leilão.
No catálogo exposto no Portal de Imóveis, o governo lista, entre inúmeros terrenos e casas espalhados por todo o estado, uma série prédios que abrigam instituições e equipamentos estaduais em uso, como o Palácio dos Bandeirantes, onde ficam o gabinete e a residência do governador, o quartel da Rota, tropa de elite da Polícia Militar, e o Hospital das Clínicas, o maior da América Latina.
O site atual foi desenvolvido pela Secretaria de Gestão e Governo Digital, pasta que abarca a Coordenadoria de Patrimônio do Estado, “visando a divulgação das propriedades da Fazenda do Estado de São Paulo disponibilizadas para venda”.
O objetivo, ainda segundo o portal, é “atingir tanto aquele que quer adquirir seu primeiro imóvel, como quem busca imóveis para investir, tornando acessível e transparente as transações realizadas, facilitando a comunicação entre a administração pública estadual e os prováveis interessados”.
O portal permite que os compradores verifiquem informações como a metragem dos terrenos e o preço mínimo do leilão ao clicar nos endereços. Os interessados também podem fazer um cadastro para receber mais detalhes sobre a oferta.
Na tarde dessa terça-feira (9/4), o Metrópoles acessou o site e encontrou na relação os prédios da Assembleia Legislativa (Alesp), do Tribunal de Justiça (TJSP), e do Ministério Público (MPSP). Nenhum deles tinha valor atrelado.
Já o prédio do Hospital do Servidor Estadual (foto em destaque), na zona sul paulistana, consta no catálogo com um preço mínimo de venda de R$ 25 bilhões. Outro edifício que aparece no portal acompanhado de um lance mínimo de venda é o Casarão Franco de Mello, na Avenida Paulista, com custo a partir de R$ 20 milhões. Em 2023, Tarcísio disse que estudava a criação de um museu no local, com foco no público LGBTQIA+.
Também na Avenida Paulista, um dos cartões postais da cidade, constam à venda o Instituto Pasteur, a Casa das Rosas e a Escola Estadual Rodrigues Alves. Em nenhum dos endereços foi fornecido valor mínimo de compra.
Em nota, o governo afirma que o portal ainda está “em desenvolvimento” e que “reúne informações de todos os prédios públicos que integram o patrimônio do estado”, com o objetivo de “garantir transparência aos cidadãos que buscam informações acerca dos imóveis estaduais”.
De acordo com a gestão Tarcísio, “os imóveis que eventualmente forem objeto de concessão ou leilão por parte do governo de São Paulo serão devidamente identificados” no site.
O Portal de Imóveis de São Paulo é semelhante à plataforma online de venda de imóveis públicos da União criada pelo governo federal em 2020, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O sistema foi desenvolvido em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), comandado à época por Caio Paes de Andrade, atual secretário estadual de Gestão e Governo Digital.
O domínio imoveis.sp.gov.br existe desde 2016 e foi criado durante a gestão do então governador tucano e atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), para abrigar o Fundo Imobiliário de São Paulo.
Na última sexta-feira (5/4), o deputado estadual Carlos Giannazi (PSol) acionou o MPSP e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitando que a inclusão de todos os prédios públicos no site de venda do governo fosse investigada.