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Tarcísio: repasse a linhas privadas de metrô “carece de transparência”

Tarcísio de Freitas criticou modelo de repasse de recursos a linhas privadas de transporte, que ganham mais do que linhas estatais

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São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticou, nesta segunda-feira (27/11) o modelo desenhado pelas gestões anteriores para repasses de recursos às empresas que operam linhas de metrô e trens privatizadas em São Paulo. Tarcísio disse que o sistema “carece de transparência” e que estuda mudanças.

As críticas ocorrerem em meio ao anúncio de medidas para enfrentar a greve que funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) marcaram para esta terça-feira (28/11) justamente contra o plano de privatizações do governo.

O governador havia sido questionado sobre o fato de que as empresas privatizadas recebem valores maiores do que as empresas estatais por passageiro transportado.

“Entendo que é um sistema de carece de transparência e toda vez que a gente se depara com um modelo tem de ver o que não funciona nesse modelo, o que a gente pode aprimorar nos próximos. É exatamente isso que a gente está estudando (no plano de privatizações), disse.

“(A possível privatização do Metrô) é um estudo que está começando, a gente está falando de previsão de leilão para 2025. Até lá, a gente quer aperfeiçoar muito essa questão, inclusive a transparência desse sistema de bilhetagem. Porque faltam informações, falta clareza e a gente entende que isso tem de ser absolutamente transparente”, disse.

“Vamos lembrar também que, hoje, o governo do Estado subsidia a diferença entre a tarifa recolhida e a tarifa necessária para as empresas. Neste ano, foi quase R$ 1,5 bilhão em repasse para Metrô e CPTM em função desse descompasso, desse descasamento tarifário”.

Pelo modelo vigente, as vendas de passagens por meio do sistema de bilhete único, da Prefeitura, vão para um único destino, a conta sistema do transporte. O governo fica com uma parcela desse dinheiro, referente ao uso de créditos no sistema sob trilhos, e a Prefeitura fica com outra, por causa da operação dos ônibus.

O dinheiro que vem para o governo não é suficiente para o governo honrar os contratos que tem com o Grupo CCR, que mantém a operação de duas linhas do Metrô e duas de trens. Por isso, complementa os pagamentos com recursos do tesouro.

Como o Metrô estatal fica “por último na fila” para receber os repasses, a empresa vem acumulando prejuízos bilionários desde a pandemia de Covid-19, que resultou na queda de passageiros.

O plano de privatização em estudo no governo, porém, tem como objetivo principal obter recursos para viabilizar a construção de novas linhas de Metrô. A equipe de Tarcísio quer tirar do papel a futura Linha 20-Rosa, que passará sob a Avenida Brigadeiro Faria Lima e seguir para o ABC até o fim deste mandato.

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