Tarcísio: “Não tenho vergonha nenhuma de ser do bolsonarismo”
Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio disse que as conversas com Lula foram do interesse do governo de SP e não significam alinhamento político
atualizado
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São Paulo – Após ter declarado nunca ter sido “bolsonarista raiz”, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta segunda-feira (30/1) não ter “vergonha nenhuma de ser do bolsonarismo” e afirmou manter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não tenho vergonha nenhuma de ser do bolsonarismo. Passar pelo que esse governo passou… Começou o governo, veio uma crise brutal na Argentina, interferiu nas importações brasileiras, depois tivemos o desastre de Brumadinho, depois a crise da Covid, que foi a maior crise que a nossa geração já enfrentou”, disse Tarcísio nesta segunda em entrevista à Jovem Pan.
O governador se disse grato a Bolsonaro, seu padrinho político, e afirmou conversar com ele diariamente: “Eu desenvolvi com ele uma grande amizade, é uma pessoa que admiro muito”.
Tarcísio afirmou que o legado do governo Bolsonaro “precisa ser preservado”. Logo após ser eleito, ele tentou se descolar da imagem do ex-presidente e escolheu apenas dois bolsonaristas para o secretariado. No entanto, para o segundo escalão, nomeou Diego Torres Dourado, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Além de Dourado, ele também levou para as secretarias da Saúde e da Mulher nomes ligados aos ex-ministros Marcelo Queiroga e Damares Alves.
Conversa com Lula
Durante a entrevista, Tarcísio foi questionado a respeito dos três encontros que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário que derrotou Bolsonaro nas urnas em 2022. O governador disse não ter recebido muitas críticas.
“O pessoal, acho, entendeu a minha posição. Sou governador, fui eleito pelo meu público, que é bolsonarista, de centro-direita, mas tenho que governar para todos”, afirmou.
Tarcísio acrescentou que “conversar não significa ter alinhamento politico” e disse que um dos temas centrais das conversas foi a privatização do Porto de Santos.
“Foi interessante porque ele sinalizou que é contra, mas não tem dogmas. Me disse para montar uma apresentação e, se ele for convencido que a coisa é boa, poderei tocar”, acrescentou.