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Tarcísio inicia transição pressionado por aumentos de salário e emenda

Eleito governador há 17 dias, Tarcísio de Freitas também enfrenta assédio de partidos que o apoiaram na eleição por cargos no novo governo

atualizado

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Reprodução/Instagram
Tarcísio de Freitas e Guilherme Afif
1 de 1 Tarcísio de Freitas e Guilherme Afif - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – Dezessete dias após ter vencido a eleição em São Paulo, o governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dá o pontapé inicial na transição de governo nesta quarta-feira (16/11), pressionado por dois projetos que já tramitam na Assembleia Legislativa de Sâo Paulo (Alesp) que provocam impacto direto no Orçamento do estado.

Um prevê aumento de 50% nos salários do próprio governador, de seu vice, e dos futuros secretários que irão compor o novo governo a partir de janeiro de 2023. Outro propõe dobrar o valor das emendas parlamentares impositivas, que os deputados podem indicar para obras e projetos em seus redutos eleitorais. Ambos foram revelados pelo Metrópoles.

O primeiro projeto, que eleva de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil o salário do governador, considerado o teto do funcionalismo paulista, provocará um efeito cascata nas demais carreiras públicas do estado. O lobby pela aprovação da proposta, apresentada pela Mesa Diretora da Alesp, é mais forte entre os auditores fiscais e os delegados de polícia. O impacto estimado nos cofres do estado é de R$ 1,5 bilhão. Os deputados tentaram aprovar o texto duas vezes na semana passada, mas não houve quórum na votação em plenário.

Já o segundo projeto, uma uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é de interesse de praticamente todos os 94 deputados. Ele aumenta de R$ 6,6 milhões para R$ 13,2 milhões o valor das chamadas emendas impositivas, que são indicações de obras e ações feitas pelos parlamentares que o governo é obrigado a pagar. Caso seja aprovada, a PEC eleveria de R$ 622 milhões para R$ 1,2 bilhão os gastos com emendas.

Ainda durante a campanha eleitoral, partidos da coligação de Tarcísio, principalmente o PL e o Republicanos, articularam para adiar a votação da PEC das Emendas para depois do segundo turno. Agora, o governador eleito irá negociar a aprovação da medida com os parlamentares durante a transição, e espera contar com a força do cargo que irá ocupar a partir de janeiro para negociar contrapartidas, como apoio aos projetos do governo na Alesp.

Transição

Coordenada pelo ex-ministro Guilherme Afif, que foi coordenador do programa de governo de Tarcísio na campanha, a equipe de transição se reúne pela primeira vez com o governador eleito nesta quarta-feira, no mesmo hotel na zona sul de São Paulo onde o governador eleito comemorou a vitória sobre o petista Fernando Haddad, no dia 30 de outubro.

Após o triunfo nas urnas, Tarcísio fez uma viagem de descanso com a família para Miami, nos Estados Unidos, e depois foi para Brasília resolver seu afastamento do cargo de consultor legislativo da Câmara dos Deputados, onde ingressou em 2015 por meio de concurso, para poder assumir o Palácio dos Bandeirantes. A reunião desta quarta-feira será fechada e a expectativa é de que Tarcísio só comece a anunciar seu secretariado na próxima semana.

 

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Servidor de carreira vinculado à consultoria legislativa da Câmara dos Deputados, Freitas também é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), a mesma frequentada por Bolsonaro
Em 2011, chegou a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e mais tarde, em 2014, assumiu o comando do órgão
Após o impeachment de Dilma, Tarcísio de Freitas passou a atuar na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Já no governo Bolsonaro, o político assumiu o comando do ministério da Infraestrutura do Brasil
No fim de março de 2022, no entanto, Freitas deixou o ministério para se lançar pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Partido Republicanos. Ele tem o total apoio do atual presidente da República
Católico fervoroso e apoiador de Bolsonaro, o ex-ministro chegou a afirmar que Jair “não só foi escolhido pela população brasileira, mas também foi escolhido por Deus”
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Tarcísio Gomes de Freitas, nascido em 1975, é um engenheiro, político e militar da reserva. Natural do Rio de Janeiro, Freitas é ex-ministro da Infraestrutura do Brasil e o preferido de Bolsonaro para o governo de São Paulo

Rafaela Felicciano
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Servidor de carreira vinculado à consultoria legislativa da Câmara dos Deputados, Freitas também é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), a mesma frequentada por Bolsonaro

Rafael Carvalho/Governo de transição
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Em 2011, chegou a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e mais tarde, em 2014, assumiu o comando do órgão

Agência Brasil
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Após o impeachment de Dilma, Tarcísio de Freitas passou a atuar na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Já no governo Bolsonaro, o político assumiu o comando do ministério da Infraestrutura do Brasil

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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No fim de março de 2022, no entanto, Freitas deixou o ministério para se lançar pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Partido Republicanos. Ele tem o total apoio do atual presidente da República

Alan Santos/PR
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Católico fervoroso e apoiador de Bolsonaro, o ex-ministro chegou a afirmar que Jair “não só foi escolhido pela população brasileira, mas também foi escolhido por Deus”

Igo Estrela/ Metrópoles
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Tarcísio é conhecido por ser alguém impaciente e que enfrenta qualquer pessoa que não concorde com ele

Coluna Guilherme Amado/Metrópoles
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Enquanto trabalhava como secretário do PPI e tentava conseguir a concessão da Rodoviária de Integração do Sul (RIS), por exemplo, auditores não quiseram liberá-la, pois enxergavam irregularidades no edital. O ex-ministro por sua vez, irritado, acusou o TCU de levantar suspeitas sem prova

Alan Santos/PR
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“Os auditores do TCU não são os papas do universo. Tem muito absurdo nesse relatório, faz insinuações e não apresenta evidências. Estamos seguros do que colocamos lá e vamos nisso até o fim”, disse Freitas à época

Fábio Vieira/Metrópoles
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Recentemente, declarações do pré-candidato ao governo de São Paulo irritaram policiais paulistas. Isso porque em entrevista ao canal do YouTube Money Report, Freitas afirmou que a segurança pública do estado havia ruído e que um dos motivos para isso seria um suposto pacto com o crime organizado

Divulgação
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Alberto Ruy/MInfra
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Além disso, o deputado também criticou o destino político de Tarcísio, que quer o governo de SP, mas é do Rio de Janeiro

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Loteamento

Antes mesmo de iniciar a transição, Tarcísio já tem sido pressionado por partidos que o apoiaram no primeiro ou segundo turnos para lotear espaço no governo, formado por 23 secretarias e com mais de 23 mil cargos comissionados, de livre indicação.

Como mostrou o Metrópoles, o governador eleito pretende montar um núcleo duro no secretariado com nomes de sua confiança que trabalharam no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas também entregará cargos a partidos que o apoiaram na campanha para formar maioria confortável na Alesp.

Partido do govervador eleito, o Republicanos pleiteia até três secretarias, com destaque para a pasta de Desenvolvimento Regional, que articula os convênios com as prefeituras. Já o PL está de olho na pasta da Segurança Pública, enquanto o PSD do vice Felício Ramuth pretende dominar o setor de transporte sobre trilhos. O União Brasil, por sua vez, tenta manter influência nas áreas da Habitação e Transportes.

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