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Tarcísio evita imprensa em meio a nova tensão com bolsonarismo

Em evento no Dia do Meio Ambiente, Tarcísio de Freitas anunciou ênfase na limpeza do Rio Pinheiros e parceria para gestão de resíduos

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Reprodução/ Francisco Cepeda/ Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas no Dia Mundial do Meio Ambiente
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas no Dia Mundial do Meio Ambiente - Foto: Reprodução/ Francisco Cepeda/ Governo do Estado de SP

São Paulo — Em meio a uma nova onda de tensões com o bolsonarismo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) evitou falar com a imprensa nesta quarta-feira (5/6) em um evento sobre o meio ambiente, tema em que ele tem uma das posições mais diferentes das do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A gestão Tarcísio anunciou, no Parque Villa-Lobos, zona oeste da capital, uma série de programas ligados à temática ambiental em meio às celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Tarcísio reconhece os impactos do aquecimento global no clima do planeta como resultado das ações do homem, entendimento diferente de Bolsonaro, que critica políticas que têm essa abordagem ao assunto com respaldo da ciência.

O governador, contudo, já tinha outros atritos com o ex-presidente, seu padrinho político, e seus demais apoiadores, e deixou o evento sem atender jornalistas. Tarcísio sofreu uma série de críticas do pastor Silas Malafaia a ponto de se encontrar com Bolsonaro em Brasília, nessa terça-feira (4/6), como informou a coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles.

Resiliência climática

Entre as novas iniciativas de Tarcísio, o governo prometeu aumentar em mais de 50% o volume de material retirado em ações de desassoreamento da calha do Rio Pinheiros, que corta as zonas sul e oeste da capital.

No ano passado, o governo retirou uma média de 443 mil metros cúbicos de material do rio. A nova meta é ficar acima dos 700 mil metros cúbicos.

Os serviços no Rio Pinheiros fazem parte de um pacote de R$ 330 milhões em ações de conservação de rios que serão feitos em 150 cidades paulistas, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

A estratégia, anunciada em meio ao desastre ambiental que assola o Rio Grande do Sul há mais de um mês, é evitar que material sólido se acumule no leito dos rios, aumentando a capacidade dos cursos d’água em receber as chuvas e evitar as enchentes.

A gestão Tarcísio também anunciou um programa que pretende firmar parcerias entre consórcios intermunicipais e o setor privado para a construção e gestão de resíduos sólidos em conjunto, chamado Integra Resíduos.

Em São Paulo, 170 das 645 cidades usam aterros que estão com vida útil inferior a cinco anos, segundo o governo estadual.

No evento, Tarcísio assinou ainda um decreto que traz regras para permitir que o poder público, estadual ou municipais, receba recursos privados nacionais e internacionais para financiar ações de conservação ambiental.

As ações servem, segundo disse a secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística, Natália Resende, para aumentar a “resiliência climática” de São Paulo ante o aquecimento global.

“A gente precisa agir diante disso e é o que estamos fazendo”, disse ela.

O governo terá um conselho gestor para as ações de mudanças climáticas e abriu inscrições para que o terceiro setor obtenha cadeiras no novo órgão.

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