Tarcísio gasta R$ 136 mil com viagem de secretária a evento religioso
Secretária da Mulher do governo Tarcísio de Freitas, Sonaira Fernandes está na Suíça para um congresso que relaciona governo e religiã
atualizado
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São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) pagou R$ 135,9 mil para enviar a secretária da Mulher, Sonaira Fernandes (Republicanos), e mais dois assessores para um congresso sobre política e religião em Genebra, na Suíça, realizado durante esta semana.
Os valores foram divulgados ao Metrópoles pela própria gestão, nesta terça-feira (9/5), após o governo omitir se a viagem seria bancada pelos cofres públicos.
“Os custos da missão oficial da equipe da secretária Sonaira Fernandes até Genebra, na Suíça, totalizam R$ 135,9 mil, considerando passagens e diárias de 6 a 10/5 para a secretária e dois assistentes”, diz a nota.
Sonaira está no exterior para participar do evento “Uniting our Nations and Reconciling”, organizado pelo ministério Parlamento e Fé. O movimento foi fundado em 2009 pelo pastor argentino Luciano Bongarrá, que defende a presença de cristãos em governos para “compartilhar a mensagem transformadora de Jesus Cristo”.
A programação do evento na Suíça é dominada por apresentações de pastores evangélicos. Sonaira, segundo o governo paulista, participou de uma mesa de debates nesta terça-feira (9/5) como convidada “para apresentar políticas públicas do Estado, que tem como pilares a prevenção e o combate à violência doméstica, a saúde da mulher e o empreendedorismo feminino”.
Em 2018, a organização promoveu um congresso em Gramado, no Rio Grande do Sul. Uma das entusiastas dos eventos da Parlamento e Fé é a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro (PL).
“Damares paulista”
Apelidada de “Damares paulista” na Câmara Municipal de São Paulo, onde foi vereadora, Sonaira é ex-assessora do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e chefia a Secretaria de Políticas para a Mulher desde a sua criação, há cinco meses.
A comparação de seus ex-colegas de Câmara não ocorre apenas pela pasta que lhe foi designada, mas também pela defesa da agenda antiaborto e pelas críticas ao feminismo – movimento que já classificou publicamente como “sucursal do inferno”.
Na Páscoa, o perfil institucional da pasta comandada por Sonaira fez uma publicação de alcunha religiosa no Instagram, afirmando que há “registros históricos externos que endossam” a existência de Jesus Cristo.