Tarcísio faz reunião com prefeitos da Grande SP no 4º dia de apagão
Com 220 mil imóveis ainda sem energia, Tarcísio de Freitas convocou encontro com prefeitos e com o ministro do TCU, Augusto Nardes
atualizado
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São Paulo — O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) convocou uma reunião com os prefeitos da região metropolitana de São Paulo para esta terça-feira (15/10), em meio ao quarto dia de apagão na capital e em várias cidades paulistas. Segundo a Enel, pelo menos 220 mil imóveis continuam sem energia desde a noite de sexta-feira (11/10), quando um forte temporal levou à interrupção no fornecimento de energia para mais de dois milhões de clientes da concessionária.
O encontro será às 14h30, no Palácio dos Bandeirantes, com participação do ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.
No início da tarde de terça, segundo a Enel, entre as 220 mil ocorrências na Grande São Paulo, 147 mil delas são na capital, 5 mil em São Bernardo do Campo e 6,5 mil em Diadema.
Na capital, os bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo, todos na zona sul, estão entre os mais afetados. Outras cidades prejudicadas com a falta de luz são Cotia e Taboão da Serra.
Além da falta de luz, houve um rastro de mortes e destruição no estado. De acordo com a Defesa Civil, sete pessoas morreram em consequência das chuvas: três em Bauru, no interior, duas em Cotia e uma em Diadema, na Grande São Paulo, e uma na capital paulista.
O apagão ainda afetou o abastecimento de água em diversas regiões. Segundo último boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado na noite dessa segunda-feira (14/10), a operação do abastecimento de água foi retomada na maioria das regiões afetadas pelo apagão de energia na Grande São Paulo.
Porém, a normalização ocorre de forma gradual em algumas regiões, podendo se estender nessas localidades. Os bairros Cidade Júlia e Parque do Lago, na zona sul da capital, além de um em Diadema e outro em Embu das Artes, ainda sentem os efeitos da falta de energia.
Na cidade de São Paulo, o abastecimento segue em recuperação nos bairros Capão Redondo, Pirajussara, Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz. Os municípios de Cotia, Santo André e Mauá também enfrentam o problema.
Muitos semáforos foram desligados durante o temporal, e em alguns cruzamentos da capital a situação se arrasta. Em nota ao Metrópoles, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o apagão provocou o desligamento de 187 faróis. Até às 7h desta terça, ainda havia 48 equipamentos apagados por falta de energia. “As equipes de campo estão nas ruas para auxiliar na fluidez do trânsito e na segurança da população”, disse o órgão.
Enel
Pressionada pelo governo federal, a Enel prometeu que a situação estará totalmente normalizada até a próxima quinta-feira (17/10).
O prazo foi determinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. “Eu disse à Enel que ela tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume, ou seja, ela só vai poder, ao fim desses três dias, apresentar, se necessário, questões pontuais de locais onde ela não consegue ter acesso com um fato”, afirmou Silveira, na manhã dessa segunda-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça auditoria no processo de fiscalização da Aneel em relação ao apagão em São Paulo.
O ministro da pasta, Vinicius Carvalho, disse que houve falhas no serviço prestado pela Enel e que vai cobrar ressarcimento dos prejuízos causados à população paulista.
Já o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que o governo avalia entrar com ação por dano moral coletivo contra a Enel pela falta de resposta da empresa aos efeitos do temporal.
A Enel recebeu reforço de eletricistas de concessionárias de outros estados, além de recrutar funcionários de suas unidades do Chile, da Itália, da Espanha e da Argentina. A força-tarefa é composta pela CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.
Também nessa segunda, a Prefeitura de São Paulo entrou com requerimento na Justiça paulista pedindo que a Enel providencie imediatamente a restauração da energia elétrica em unidades afetadas pelo forte temporal da última sexta-feira (11/10), sob pena de multa diária no valor de R$ 200 mil caso não cumpra a determinação.