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Tarcísio empurra troca no comando da PM para não “demonstrar fraqueza”

Mantido no cargo, cel. Cássio Araújo segue sob pressão e autoridades falam em mudança, em janeiro. Chefe do Centro de Inteligência é cotado

atualizado

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São Paulo – Mantido no cargo apesar da crise na Polícia Militar, o comandante-geral da corporação, Cássio Araújo, segue sob pressão interna, e nomes de possíveis substitutos continuam a ser ventilados. A avaliação do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é que uma troca, neste momento, poderia representar um sinal de fraqueza para adversários e também para o crime organizado.

Autoridades das polícias Militar e Civil, ouvidas pelo Metrópoles, afirmam que a mudança não foi descartada e pode ocorrer em janeiro, após as festas de fim de ano, quando o governo espera que a poeira em relação aos casos de violência tenha baixado.

Entregar a “cabeça” de Cássio seria uma tentativa de aliviar a pressão e manter no cargo o secretário da Segurança Pública (SSP) Guilherme Derrite, apontado como o responsável pela política que provocou uma alta de 381 mortes pela PM em dois anos.

Um dos cotados para substituir o comandante-geral da PM é o chefe do Setor de Inteligência (CI) da corporação, coronel Pedro Luís Lopes, nome de confiança de Derrite.

No comando do CI desde fevereiro, Pedro Luís integra a força-tarefa da SSP que investiga a morte do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach.

A aliados, o coronel tem dito que não seria adequado exonerar Cássio do Comando Geral, em razão do desgaste que isso poderia provocar na imagem da Polícia Militar.

Ele menciona ainda o fato de que, assim como o atual comandante, é ex-integrante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), considerado batalhão de elite da corporação, apontado como uma das unidades mais violentas.

Reuniões

Em meio à crise, Tarcísio de Freitas se reuniu em pelo menos duas oportunidades com o secretário Guilherme Derrite e em outras duas vezes, ao menos, com o coronel Cássio Araújo.

No dia 3 de dezembro, um dia após um policial militar do 24º Batalhão Metropolitano jogar um suspeito de uma ponte, Tarcísio e Cássio participaram de uma reunião com o subcomandante José Augusto Coutinho e com membros da Corregedoria da PM.

No dia seguinte, Tarcísio encontrou Guilherme Derrite durante viagem a Brasília. A dupla se reuniu mais uma vez nessa terça-feira (10/12). Cássio também estava presente. Eles receberam representantes da Motorola para discutir as novas câmeras corporais adquiridas pela corporação.

“Crise”

Em entrevista coletiva no último dia 5, Tarcísio de Freitas foi questionado sobre a possibilidade de fazer mudanças no comando da Polícia Militar. Na ocasião, ele defendeu o comandante Cássio Araújo e disse que “no momento de crise, não é hora de fazer trocas”.

“Vamos redesenhar isso aqui. O que a gente precisa fazer em termos de comparação com outras polícias do mundo. O que a gente tem que intensificar em termos de treinamento. O que a gente tem que fazer em termos de incorporação de novos equipamentos”, disse.

A fala ocorre após uma sequência de episódios de violência policial.

No mês passado, um soldado deu 11 tiros pelas costas em um jovem que havia roubado embalagens de sabonete no Jardim Prudência. No último dia 2, um policial jogou um suspeito rendido de cima de uma ponte em Cidade Ademar. Na último dia 3, um major da PM de folga invadiu uma adega e espancou um funcionário com pauladas.

Tarcísio afirmou que é preciso ter “humildade” e reconhecer que “alguma coisa não está funcionando”. Segundo o governador, há “falta de treinamento”.

“Quando a gente começa a ver reiterados descumprimentos desses procedimentos, a gente vê que há de fato transgressão disciplinar, falta de treinamento. São coisas que chocam todo mundo, chocam a gente também. A gente fica extremamente chateado, triste”, disse Tarcísio a jornalistas.

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