Tarcísio diz que GLO de Lula é “medida oportuna” contra o tráfico
Governador de SP, Tarcísio de Freitas defendeu a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) anunciada pelo presidente Lula no dia 1º/11
atualizado
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São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) anunciada na última quarta-feira (1º/11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no porto e aeroporto de São Paulo, como uma estratégia para combater o crime organizado.
Na prática, a medida garante às Forças Armadas poder de polícia para atuar no Porto de Santos e no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, os maiores do país. Os militares poderão, inclusive, revistar bagagens e contêineres.
Ao Metrópoles, Tarcísio destaca que as duas áreas são federais e que “o governo federal pode e deve atuar para combater os crimes transnacionais nestas instalações”.
“Portos e aeroportos são nós logísticos e, por isso, instalações de muito interesse do crime, seja pela recepção de armas, seja pelo envio de drogas. Tenho comentado bastante que o Porto de Santos virou o principal entreposto do comércio internacional de drogas no Brasil. É o segundo maior porto exportador de cocaína do mundo. O tráfico de drogas em Santos, por exemplo, compromete a segurança das pessoas em toda Baixada Santista”, afirma o governador.
“Assim, quando o governo federal resolve atuar nos nós, nos hubs da logística do crime, cabe a nós cooperar. Entendo que é um esforço para melhorar a segurança pública. A conquista da segurança vai demandar cooperação entre os entes federados. Enxerguei a medida como oportuna e transmiti isso ao governo federal, colocando São Paulo à disposição para cooperar”, completa Tarcísio.
Nessa quinta-feira (2/11), a coluna Guilherme Amado noticiou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, só ligou para Tarcísio após o anúncio feito por Lula. Apesar disso, segundo interlocutores do governador de São Paulo, não houve mal-estar, já que a GLO está circunscrita à área de competência da União. Tarcísio recebeu com bons olhos o reforço de segurança no estado.
As Forças Armadas também vão patrulhar o Porto do Rio de Janeiro e o Aeroporto do Galeão (RJ), além de reforçar as operações nas fronteiras. Ao todo, serão 3.700 agentes destacados até maio de 2024 para essas ações, que terão o apoio de Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional.
Exército e Aeronáutica, em ações conjuntas com PF, PRF e Força Nacional, cuidarão das fronteiras do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já a Marinha ampliará as operações da PF na Baía de Guanabara (RJ), Baía de Sepetiba (RJ), porto de Santos (SP) e Lago de Itaipu (RJ).
Será criado ainda o Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) para enfraquecer o enriquecimento do crime organizado. O grupo é uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública com o governo do Rio de Janeiro. A PF deverá reforçar também ações de inteligência, prisões e apreensões focadas nas milícias do Rio.
O que é a GLO
A GLO pode ser implementada apenas pelo Executivo em situações de anormalidade, após o entendimento de que as forças de segurança pública não conseguem enfrentar uma crise.
Lula e Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, descartaram uma intervenção federal no Rio de Janeiro e acionaram a Garantia de Lei e Ordem como alternativa para auxiliar na nova escalada de violência no estado.
Na semana passada, o próprio Lula tinha negado a intenção de aplicar GLO no país. No entanto, nesta quarta, Dino argumentou que a proposta assinada por Lula se refere apenas a áreas sob influência direta do governo federal.