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Tarcísio defende ViaMobilidade apesar de panes nos trens; veja por quê

Para Tarcísio de Freitas, a ViaMobilidade movimenta a economia e gera empregos; ele diz que CPTM não tem condições de operar as linhas

atualizado

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Governo do Estado de São Paulo
tarcísio de freitas
1 de 1 tarcísio de freitas - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo –  As repetidas falhas operacionais nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da rede de trens da região metropolitana motivaram o Ministério Público de São Paulo (MPSP) a recomendar que o governo do estado suspendesse a concessão desses ramais, operados pela empresa ViaMobilidade, do Grupo CCR. Mas o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) optou por fazer uma firme defesa da empresa.

Tarcísio afirma que não irá falar de extinção do contrato de concessão porque, caso passe a considerar a proposta, as linhas de crédito no mercado financeiro para a ViaMobilidade poderão “secar”, e isso comprometeria investimentos prometidos pela companhia na sua gestão.

Quando você começa a falar em extinção, a empresa começa a ter dificuldade de obtenção de crédito. E aí, se tem extinção, quem é que vai cumprir a encomenda dos carros que estão sendo produzidos? Quem vai fazer a substituição dos trilhos, dormentes e cabeamento elétrico? Quem vai trocar a subestação? Então, é nessa perspectiva que eu estou olhando”, justifica o governador. 

No cálculo de Tarcísio para defender a concessão, está a compra feita pela ViaMobilidade de 34 trens novos, que estão sendo fabricados pela francesa Alstom em uma planta da empresa em Taubaté, a 141 km da capital.

“Quando você faz a encomenda, alguém vai fabricar esses trens. Eles estão sendo fabricados aqui no Brasil. São 450 postos de trabalho criados na fábrica de Taubaté”, argumenta.

Caso a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) tenha de assumir de volta a operação dessas linhas, não há no orçamento aprovado neste ano recursos para garantir essa compra.

Os demais investimentos citados pelo governador são compromissos que a empresa diz já estarem em andamento para troca de todos os dormente (a parte de madeira que dá sustentação aos trilhos), a rede aérea (que transmite a energia elétrica que move os trens) e as subestações de transmissão de energia, que somam quase R$ 4 bilhões.

Os investimentos estão diluídos no período de concessão, que é de 30 anos.

Qual é a alternativa à concessão? É voltar para a CPTM, uma estatal que depende exclusivamente dos recursos do orçamento fiscal e de seguridade social para fazer seus investimentos? É uma estatal em que mais de 70% do seu custo é pessoal. É essa empresa que vai mobilizar grande quantidade de capital para fazer os investimentos em melhoria de sistema que precisamos?”, questiona Tarcísio.

O governador anunciou nessa segunda-feira (10/4) a contratação de estudos para desenhar um modelo de concessão de todas as linhas da CPTM. O modelo incluiria a construção de uma nova linha de trem, a 14-Ônix, que sairia de Guarulhos, passaria pela zona leste de capital e terminaria em Santo André, no ABC

O promotor Silvio Marques, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MPSP, afirma que o plano de investimentos da ViaMobilidade não é adequado para reduzir as falhas operacionais que passaram a ocorrer nos trens das linhas 8 e 9 após o início da concessão.

Desde que a ViaMobilidade assumiu as linhas, em janeiro de 2022, 10 descarrilamentos de trens com passageiros foram registrados. Marques elaborou um laudo com 46 recomendações à empresa, de adoção imediata, e encaminhou o documento ao governador na semana passada.

 

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