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Tarcísio contrata consultoria para privatizar o Metrô, que vive crise

Tarcísio contrata instituição ligada ao banco mundial para estruturar a concessão das linhas do Metrô e permitir entrada de capital privado

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Imagem colorida de Tarcísio de Freitas, do peito para cima, sentado em uma cadeira de madeira, de terno, gravata e camisa azuis. Ele é grisalho e está sorrindo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Tarcísio de Freitas, do peito para cima, sentado em uma cadeira de madeira, de terno, gravata e camisa azuis. Ele é grisalho e está sorrindo - Metrópoles - Foto: Divulgação/Governo de SP

São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) deu o primeiro passo para privatização das linhas do Metrô de São Paulo nesta segunda-feira (28/8). O governo divulgou a contratação da empresa International Finance Corporation (IFC), uma consultoria ligada ao Banco Mundial, para estruturar a concessão de linhas da empresa.

O movimento ocorre enquanto o Metrô passa por uma profunda crise financeira. A empresa acumula bilhões em prejuízo desde a pandemia, diante da queda de passageiros, e neste ano teve de receber R$ 70 milhões em subsídios do governo.

A empresa, de economia mista, operava até aqui sem subsídios do poder público, apesar da relevância dos serviços prestados. Por não receber esse aporte, a empresa pode pagar super salários, acima do teto do funcionalismo, para servidores que ocupam cargos por indicação política.

O acordo divulgado pelo governo, assinado pela Secretaria de Parcerias em Investimentos, prevê também que avaliar estratégias de participação do setor privado para a expansão da capacidade de investimentos e da melhoria de governança do Metrô.

“A contratação da consultoria segue a diretriz do governo do Estado, que é o principal acionista do Metrô, para que a empresa obtenha diagnóstico e soluções para manter sua viabilidade econômica, potencializando investimentos em novas linhas e em modernização da estrutura, beneficiando a população de São Paulo”, disse nota do governo, assinada pelo Metrô.

O texto cita ainda a “busca por pilares estratégicos que visam a modernização da administração, redução de custos, melhor desempenho e ampliação de receitas, que foram afetadas pela pandemia da Covid-19”.

A secretaria de Parcerias e Investimentos, porém, enviou uma nota com informações diferentes. Segundo a pastas,  acordo servirá para viabilizar as Linhas 19-Celeste e 20-Rosa, em estudos no Metrô, que sairiam do papel por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) estimada em R$ 25 bilhões.

“A Linha 19-Celeste interligará a Capital a Guarulhos, em um trecho de cerca de 16 quilômetros e com 15 novas estações. Já a Linha 20-Rosa deverá ter pouco mais de 30 quilômetros de extensão e 24 estações de parada entre a cidade de São Paulo e a região do ABC Paulista”, diz o texto.

A empresa já foi o centro de um escândalo revelado em 2010, em que empresas formavam um cartel para vencer contratos para as obras da companhia.

Privatização do Metrô

Parte das linhas metroviárias da cidade já é concedida. A Linha 4-Amarela e a 5-Lilás são operadas pela CCR. Pelos modelos de concessão vigentes, essas empresas recebem cerca de 30% a mais a cada passageiro transportado do que o Metrô ganha. A tarifa pública, que é a mesma em todas as linhas, é R$ 4,40.

A estatal opera no momento as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Há obras em andamento no momento para a expansão da linha 2 até Guarulhos, na Grande São Paulo e para a construção da Linha 6-Laranja (que irá do centro à Brasilândia, na zona oeste), que está sendo feita pela empresa espanhola Acciona.

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