Tarcísio contrata consultoria para avaliar privatização da Sabesp
Governo Tarcísio de Freitas vai contratar consultoria estrangeira ligada ao Banco Mundial para modelar privatização da Sabesp
atualizado
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São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu contratar, sem licitação, uma consultoria internacional ligada ao Banco Mundial para realizar os estudos que vão embasar a privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), uma das prioridades da atual gestão.
A contratação da International Finance Corporation (IFC), que pertence ao banco sediado em Washington, nos Estados Unidos, foi informada pela Sabesp nesta sexta-feira (7/4), por meio de fato relevante divulgado ao mercado. O contrato, cujo valor ainda não foi informado, deve ser assinado na segunda-feira (10/4).
Tarcísio, que prometeu privatizar a Sabesp na campanha eleitoral, em 2022, vem afirmando desde o início do mandato, em janeiro, que seria necessário contratar estudos específicos para verificar a viabilidade da promessa.
O governador já defendeu que a Sabesp, que já tem capital aberto, com ações negociadas nas bolsas de São Paulo e de Nova York, poderia passar por uma privatização como a que foi feita com a Eletrobras, no governo de Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político.
A Eletrobras foi transformada em uma holding na qual o governo não detém mais a maioria das ações, mas possui ações especiais que dão peso maior nas votações estratégicas.
A justificativa para privatizar a Sabesp seria antecipar de 2032 para 2028 a meta de universalização da coleta de esgoto e do fornecimento de água tratada à população do estado, sem subir a tarifa da água.
No ano passado, a Sabesp registrou lucro de R$ 3,1 bilhões, realizando investimentos que totalizaram R$ 5,4 bilhões no período. O governo vem argumentando que, se os estudos mostrarem que a privatização irá encarecer a conta de água para os consumidores, ela não será concretizada.
Neste mês, o governo Tarcísio tentou contratar uma consultoria para fazer estudos similares sobre a privatização da Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), que cuida da Represa Billings e da usina hidrelétrica Henry Borden, na Serra do Mar. A contratação, porém, foi barrada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).