Tarcísio confirma mudança do governo para o centro; mas em até 8 anos
Tarcísio de Freitas anuncia contrato com a Fipe para estudos de viabilidade da mudança para o centro e prevê leilão em novembro de 2026
atualizado
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São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou nesta quinta-feira (1º/6) que a promessa de campanha de transferir a administração do governo de São Paulo para o centro da capital está de pé.
Mas disse que a mudança será gradativa, com um cronograma elástico, com previsão de um leilão em novembro de 2026 e prazo de até oito anos para conclusão da transferência.
O projeto do governo de São Paulo é desapropriar prédios ou aproveitar espaços públicos já existentes ao redor da avenida Rio Branco, entre a Luz e os Campos Elíseos, no centro, e concedê-los à iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Os detalhes da PPP serão definidos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que será contratada pelo governo nos próximos dias. O acordo, de R$ 15,5 milhões, terá prazo de 30 meses para estruturação técnica completa.
O parceiro privado construirá os prédios definidos pelo governo e vai receber pagamentos para fazer manutenção predial, segurança e limpeza dos espaços por um prazo de 30 anos.
Para viabilizar a mudança, o estado deve lançar dois concursos, um de arquitetura e outro de urbanismo, para escolher a “cara” que o novo complexo administrativo vai ter.
Terminados esses projetos, o governo fará um leilão e oferecerá a proposta à iniciativa privada, de olho especialmente em gestores de fundos imobiliários que aportarão os recursos para tirar as obras do papel. Em troca, ficarão com as receitas da administração dos espaços.
Boulevard Bandeirantes
O secretário de Projetos Estratégicos do governo, Guilherme Afif, afirmou que, atualmente, as secretarias do governo ocupam área de 800 mil metros quadrados. “A área que o governo precisa é de 280 mil metros quadrados”, afirma.
A mudança deve significar o deslocamento de pelo menos 25 mil servidores para a região central. Por isso, o projeto do governo prevê a construção de outros espaços além das repartições públicas.
“As pessoas que vão trabalhar lá precisam morar perto do trabalho, precisam se alimentar”, disse Tarcísio. Desse modo, há previsão de construção de outros prédios, de uso misto (com moradia, comércio e escritórios).
O projeto está sendo chamado provisoriamente de Boulevard Bandeirantes. Segundo Afif , a ideia é que o térreo dos prédios se assemelhem ao que é hoje o Edifício Copan, no centro, com lojas e restaurantes e sem grades entre os espaços e as calçadas.
O projeto ocupará uma área a partir do Palácio dos Campos Elíseos, que já foi a sede do governo do estado e hoje abriga o Museu das Favelas, até o fim da Praça Princesa Isabel. O Terminal Princesa Isabel, da São Paulo Transporte (SPTrans), deve ser transferido.
O governador afirmou que todas essas mudanças dependem apenas de atos do Poder Executivo, sem passar pela Assembleia Legislativa.
Embora esteja definido que o gabinete do governador será um dos locais públicos incluídos na mudança, o governo não decidiu ainda se a residência do chefe estadual deixará de ser no Palácio dos Bandeirantes – nem qual uso o local terá caso deixe de ser a moradia oficial.
O projeto final do governo deve ser apresentado em audiência pública em abril de 2025. A previsão é que tudo só termine em 2031.
Espaços públicos
Os prédios ocupados pelas secretarias de estado devem ganhar novos usos e passar por concessão ou podem ser alienados e leiloados, a depender do resultado dos estudos.
Em entrevista coletiva, o governador descartou transferir a Secretaria de Educação, que ocupa prédio histórico na Praça da República, para a Avenida Brigadeiro Faria Lima, ideia que vinha circulando. “Não faz sentido”, disse.
O governador, porém, reconheceu que o prédio precisa de reformas e que, provisoriamente, a secretaria pode se mudar. Mas se isso ocorrer, vai ser para algum outro local do centro.