Tarcísio confirma 2 prisões no interior de SP por incêndios criminosos
Governador de SP disse que suspeitos foram presos nas regiões de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, onde ele esteve neste domingo
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, neste domingo (25/8), que a polícia prendeu dois suspeitos de provocarem incêndios criminosos no interior paulista. Um deles foi detido na região de São José do Rio Preto e o outro na cidade de Batatais, na região de Ribeirão Preto, a mais castigada pelas queimadas.
“Ontem, tivemos um criminoso preso na região de Rio Preto, ateando fogo de forma criminosa. Agora, uma pessoa em Batatais que já tinha passagem pela polícia, utilizando gasolina”, afirmou o governador em coletiva de imprensa neste domingo, em Ribeirão Preto.
Segundo Tarcísio, são três os fatores que levaram aos incêndios que deixaram 46 cidades em alerta máximo e o estado em situação de emergência. O primeiro, são as condições climáticas. “Ventos fortes, baixíssima umidade relativa do ar, estiagem prolongada e muito calor. Então, qualquer coisa gerava uma ignição. Qualquer coisa, um caco de vidro, um alumínio que pode provocar ignição e começar esses incêndios”, disse.
“A segunda coisa, o crime. São pessoas que aproveitaram por má intenção, e a gente vai combater isso e punir severamente essas pessoas. Vamos levar à cadeia, vamos levar à Justiça, e as forças de segurança estão bem mobilizadas para prender esses criminosos que resolveram atear fogo e aproveitar a situação”, continuou o governador.
Tarcísio ainda relatou crimes ambientais por “oportunismo” de seus autores. “A pessoa que tem lixo a ser descartado e quer fazer descarte de entulho e lixo e aproveitar essa onda de incêndio para eliminar aquele material que precisava eliminar”, completou.
O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios de São Paulo em razão dos incêndios florestais entre os dias 4 e 24 de agosto. O decreto foi publicado na edição desse sábado (24/8) do Diário Oficial do Estado.
De acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Defesa Civil, 46 cidades paulistas estão com alerta máximo para queimadas, e 21 enfrentam focos ativos de incêndio (em negrito na lista), devido à onda de calor que afeta todo o estado.
São elas: Águas da Prata, Altinópolis, Alumínio, Arealva, Bananal, Bebedouro, Bernardino de Campos, Boa Esperança do Sul, Brodowski, Coronel Macedo, Dourado, Iacanga, Ibitinga, Itápolis, Itirapina, Jaú, Lucélia, Luís Antônio, Monte Alegre do Sul, Monte Azul Paulista, Morro Agudo, Nova Granada, Paulo de Faria, Pedregulho, Piracicaba, Pirapora do Bom Jesus, Pitangueiras, Poloni, Pompeia, Pontal, Pradópolis, Presidente Epitácio, Sabino, Salmourão, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Aracanguá, São Luís do Paraitinga, São Simão, Sertãozinho, Tabatinga, Tambaú, Taquarituba, Torrinha, Turiúba, Ubarana e Urupês.
Agosto de recorde de queimadas
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado de São Paulo registrou no mês de agosto até esse sábado (24) 3.480 focos de incêndio, um recorde histórico em relação aos meses de agosto desde 1998. A marca chega antes mesmo do mês terminar. O número supera o maior registrado em 2010, quando foram contabilizados 2.444 focos de fogo no estado somente em agosto. Além disso, representa 65,9% do total de 5.278 focos registrados no estado até o momento em 2024.
Os dados apontam ainda que, somente entre quinta-feira (22) e sábado (24), 2.621 focos de fogo foram contabilizados no estado paulista, número mais de 7 vezes maior ao registrado em todo o mês de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 352 incidentes.
O Programa BDQueimadas, organizado pelo Inpe, monitora os focos ativos com base em satélites de referência, para obter os dados que compõem a série histórica e permitem o comparativo entre diferentes períodos.
Pacote de ações
O governo de São Paulo lançou, neste domingo (25/8), um pacote de ações destinado aos produtores rurais que foram afetados pelos incêndios florestais no estado. Somente pelo seguro rural, o governo do estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, disponibilizou o valor recorde de R$100 milhões.
O seguro rural conta com 15 seguradoras credenciadas, concedendo subvenções que variam de 25% a 30%, dependendo da cultura produtiva. O limite, por produtor rural, é de R$ 25 mil reais e qualquer produtor prejudicado pode acessar o crédito.
O produtor afetado ainda terá acesso a R$50 mil, com juro zero, para custeio emergencial, como despesas de manutenção e recuperação da produção, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).
Segundo o governo, a subvenção tem como objetivo amenizar os impactos das perdas de produção causadas pela seca e outras intempéries, além de disponibilizar recursos para custeios emergenciais.
A outra frente de atuação é a garantia de segurança jurídica, por meio da emissão de um termo emergencial que impossibilita qualquer tipo de sanção ou multa dos órgãos fiscalizadores competentes. A posse do documento evitará penalidades indevidas aos produtores que tiveram suas propriedades atingidas. Para a emissão, o produtor deve buscar a Casa da Agricultura de seu município.