Tarcísio admite que não vai investir em câmeras corporais da PM
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas questionou a “efetividade” de câmeras da PM e admitiu que não vai comprar novos equipamentos
atualizado
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São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu nesta terça-feira (2/1) que não vai investir em novas câmeras usadas nas fardas da Polícia Militar (PM) de São Paulo.
Ao contrário do que mostram estudos sobre as câmeras na PM, Tarcísio alegou, em entrevista no Bom Dia São Paulo, da TV Globo, que a tecnologia não traria “efetividade” para a segurança dos cidadãos.
“A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma”, disse o governador.
Em maio de 2023, o Metrópoles revelou que o governo Tarcísio havia congelado a expansão do programa de câmeras corporais. Ao todo, o estado conta com 10.125 câmeras para um efetivo de cerca de 80 mil homens e mulheres da PM.
Segurança
Chamado de Olho Vivo, o programa começou experimentalmente em 2020, ainda na gestão João Doria (ex-PSDB), e foi apontado por diferentes estudos como um dos principais responsáveis pela redução do número de mortes de suspeitos e de policiais em serviço.
Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado no ano passado, mostra que a letalidade de PMs em serviço caiu 62,7% na comparação entre 2019, ano anterior ao programa, e 2022.
Nos batalhões contemplados com as câmeras, a redução chegou a 76,2%.
O número de policiais mortos em confrontos também diminuiu de 14, em 2019, para seis, em 2022. Por sua vez, denúncias de corrupção envolvendo PMs caiu à metade, de 22 para 11 casos, após a instalação dos equipamentos.
Câmeras
Em dezembro de 2022, depois da vitória nas urnas e antes da posse, Tarcísio já havia recuado da promessa feita na campanha, dizendo que iria “manter” o programa implementado pela PM no governo do PSDB.
Já em janeiro de 2023, o secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, chegou a afirmar que iria “rever” a instalação de câmeras corporais – discurso que logo em seguida foi ajustado para “ampliar” o número de funcionalidades e de equipamentos em São Paulo.
Ainda naquele semestre, a SSP também chegou a divulgar nota oficial para confirmar que o programa de câmeras seria expandido – ideia que, aos poucos, foi publicamente abandonada pelo governo de São Paulo.