Tabata diz que SP tem candidato financiado pelo crime organizado
Em entrevista ao programa Roda Viva, Tabata Amaral citou investigação sobre suposto elo do crime organizado com empresas de ônibus de SP
atualizado
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São Paulo — A candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) afirmou que a eleição deste ano tem participação do crime organizado no financiamento de um dos candidatos adversários. A deputada federal foi entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (19/8).
“Cabe à Polícia, cabe ao judiciário investigar: a gente tem candidato financiado pelo crime organizado; a gente tem candidato financiado por empresário corrupto; a gente tem candidato que usa bilhões de reais do dinheiro público”, disse a deputada, sem declarar quem seriam os beneficiados pelos supostos financiamentos.
Tabata citou a operação Fim da Linha e declarou que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) “tentou forçar” que o transporte hidroviário na zona sul da capital fosse operado pela Transwolff, uma das empresas investigadas pelo Ministério Público de São Paulo por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Houve uma operação que disse ‘essa empresa é ligada ao crime organizado, está lavando dinheiro’. O que o prefeito fez? Foi lá, pegou o vídeo e gravou elogiando a empresa. Tem a outra empresa, a Transwolff, mesma coisa: órgãos importantes dizendo ‘essa empresa lava dinheiro para o PCC’. O que o prefeito faz? Vai lá e tenta forçar que o hidroviário da Represa Billings seja operado pela Transwolff”, afirmou.
Tabata também citou a Operação Decurio, deflagrada pela Polícia Civil no dia 6 de agosto e que investiga a suposta infiltração de integrantes do PCC nas eleições municipais.
“Meu adversário é Nunes”
Ao ser questionada sobre quem seria o candidato que enfrentaria caso alcance o segundo turno, Tabata afirmou: “Meu adversário principal é o Ricardo Nunes”. Ela citou o atual prefeito em mais de uma ocasião ao longo da entrevista:
“Ele é o responsável por essa cidade que está medíocre em tudo o que a gente olha”, afirmou.
A candidata ressaltou também as incompatibilidades de sua campanha com a do candidato Guilherme Boulos (PSol).
“Eu tenho diferenças muito grandes com o Boulos e que ultrapassam a questão ideológica. Diferença de postura. O Boulos é uma pessoa que tem muita dificuldade de lidar com uma provocação, como a gente viu no debate, e de conversar com quem pensa diferente. Eu não consigo imaginar o Boulos prefeito trabalhando com o governador Tarcísio”, disse.
Mudança moderada
A pessebista defendeu sua candidatura dizendo que os eleitores da capital paulista querem uma “mudança moderada” e não uma “revolução”.
“Existe um caminho para uma mudança moderada em São Paulo. As pessoas estão descontentes com tudo: São Paulo caindo em todos os rankings nacionais de educação; São Paulo com uma Cracolândia cada vez mais sem controle; São Paulo como uma cidade cada vez mais insegura. As pessoas não estão felizes com isso, mas elas também não querem uma grande revolução”, disse a candidata.
A deputada criticou a ausência de três de seus adversários, Nunes, Boulos e José Luiz Datena (PSDB), no debate realizado na manhã desta segunda-feira. Tabata, Marina Helena (Novo) e Pablo Marçal (PRTB) foram os únicos três candidatos a participar do evento.
“Até me estranhou essa combinação entre Boulos e Nunes, que vivem se atacando, um ao outro, mas fizeram joguinho combinado para tentar boicotar o debate”, disse a candidata.
Ela afirmou que faltou coragem aos adversários para enfrentar as provocações de Marçal.