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Tabata defende comunidades terapêuticas e promete fiscalizar qualidade

Em sabatina do Metrópoles, a candidata Tabata Amaral (PSB) defende que repasses a entidades sejam condicionados à qualidade dos serviços

atualizado

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Tabata Amaral em entrevista ao Metrópoles
1 de 1 Tabata Amaral em entrevista ao Metrópoles - Foto: null

São Paulo  Em sabatina promovida pelo Metrópoles, a deputada federal Tabata Amaral, candidata do PSB à Prefeitura da capital, defende a atuação das comunidades terapêuticas no tratamento de dependentes químicos, mas promete fiscalizar a qualidade dos serviços prestados e estabelecer critérios para o repasse de recursos municipais.

“A gente tem que fazer um debate sério sobre padrão e sobre fiscalização”, diz a deputada, ao ser questionada a respeito de como pretende lidar com as comunidades terapêuticas caso seja eleita. Nos últimos meses, algumas unidades se envolveram em denúncias de maus-tratos e tortura de dependentes químicos.

“É um trabalho que hoje nenhum governo tem coragem de fazer, nem o municipal, nem o estadual, nem o federal, que é o de condicionar o repasse de dinheiro público a um critério e a uma fiscalização”, afirma Tabata.

Segundo ela, toda entidade que recebe dinheiro público precisa seguir critérios, como ter psicólogos e psiquiatras, e prestar contas sobre o valor repassado. “Isso é o mínimo.”

Tabata foi a primeira a participar da série de sabatinas do Metrópoles com os cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Além dela, foram convidados Guilherme Boulos (PSol), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB). As entrevistas vão ao ar entre os dias 10 e 20 deste mês. O primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.

A candidata do PSB afirma ainda que a capital não tem condições de absorver toda a demanda atendida pelas comunidades terapêuticas atualmente e que é preciso seguir com o serviço enquanto se investe na expansão da rede pública voltada para o tratamento da dependência química.

“Hoje, as comunidades terapêuticas oferecem muito mais vagas do que o serviço público. O serviço público não dá conta”, afirma a candidata.

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Tabata conversa com eleitora
Tabata Amaral no Roda Viva em 2024
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP)
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP)
Tabata Amaral discursa
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Tabata Amaral (PSB)

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Tabata Amaral no Roda Viva em 2024

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Tabata Amaral foi criada na Vila Missionária, na periferia da zona sul de São Paulo

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A pessebista promete fazer um investimento de R$ 18 milhões para criar quatro novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) na capital paulista, caso seja eleita. Outros planos de Tabata para a área são a ampliação da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), a contratação de equipes de saúde mental para todos os postos e a oferta de leitos psiquiátricos em hospitais municipais.

Na sabatina, a candidata também ataca os adversários nas eleições, como Pablo Marçal e Ricardo Nunes, e fala sobre temas como educação, segurança pública, mobilidade, cracolândias e combater às enchentes.

Confira abaixo os principais assuntos da sabatina e a íntegra da entrevista no canal do Metrópoles no YouTube:

Educação

Tabata afirma que vai criar escolas em tempo integral “temáticas”, voltadas para áreas como música, tecnologia, línguas e esportes. A ideia é que as crianças tenham atividades no contraturno escolar ligadas a assuntos específicos, de acordo com a área de interesse dos alunos.

A distribuição de temas entre as escolas vai ser estudada com a rede e deverá levar em consideração a demanda dos estudantes por cada assunto. A candidata também promete fazer a municipalização de escolas da rede estadual de educação depois que conseguir melhorar a qualidade de ensino na rede da prefeitura.

“Quando isso acontecer e eu puder dizer: ‘pai, mãe, na escola municipal, a merenda é melhor, é em tempo integral, seu filho está aprendendo mais’, aí sim, eu volto o foco para trazer quem está fora. Mas antes é melhorar para quem está dentro”, diz a candidata.

Cracolândias

Tabata promete acabar com as 72 cracolândias que existem na cidade até o fim do mandato, em 2028. “Isso está comendo a cidade por dentro”, afirma. A deputada diz que atuará em três frentes para lidar com o problema: o combate ao crime organizado, o tratamento para os dependentes químicos e a assistência social voltada ao futuro dos usuários depois de deixarem as clínicas.

“Vai dar um trabalho do cão. Provavelmente, é a coisa mais difícil que tem diante da gente. É trabalhar com o Ministério Público, com liderança religiosa, com a imprensa. Mas eu não consigo pensar numa cidade que olhe com orgulho para cima e [esteja] entregue às 72 cracolândias”, afirma Tabata.

Segurança Pública

A candidata diz que vai criar um sistema integrado de gestão de dados para combater a criminalidade. O projeto prevê reunir informações de áreas como zeladoria, segurança pública e até dados meteorológicos para pensar soluções para as diferentes regiões da cidade.

“Esse trabalho de dados, gestão, tecnologia, é para você saber: ‘olha, nessa rua teve um estupro, o que aconteceu? Tem uma pessoa ali, vamos atrás dela. O poste está queimado? É uma questão de zeladoria’”, explica Tabata sobre a proposta.

O projeto é inspirado em um programa criado em Nova York para lidar com a segurança, ainda nos anos 1980. Chamada de “Compstat”, sigla para “Compare Stats”, ou comparar estatísticas em tradução livre, a iniciativa norte-americana já foi copiada em 2019 pela gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), que anunciou na época o “Compstat Paulistano”. Tabata diz que o projeto de Covas nunca saiu do papel de fato.

“O que o Bruno colocou do Compstat Paulistano, na prática, não saiu do papel. Primeiro, porque houve um atraso gigantesco na aquisição das câmeras [de monitoramento]. Segundo, que a gente nunca foi para uma fase que é essencial, que é você ter um trabalho conjunto das polícias, ter isso na agenda do prefeito e fazer um trabalho territorializado”, afirma.

A candidata diz que irá fazer reuniões mensais com as polícias e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para debater os dados. Questionada sobre a dificuldade histórica de integração entre a prefeitura e as polícias, que estão sob comando do governo estadual, Tabata diz que é a única candidata que tem diálogo tanto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mobilidade

Apesar de prometer em agendas de campanha que vai fazer a maior expansão da rede cicloviária da cidade, Tabata não detalhou quantos quilômetros vai construir e onde eles estarão, afirmando apenas que “o foco é a periferia”.

Segundo a candidata, o desenho final da nova malha cicloviária vai depender de outro projeto seu: o de redesenhar as linhas de ônibus da cidade.

“Não dá para falar de transporte público, o que envolve ciclovia e ciclofaixa, sem um grande redesenho das linhas de ônibus. Para que elas sejam mais diretas, mais eficientes, para que a gente tenha menos perda de dinheiro no processo, mas para que o trabalhador da periferia possa ir para o seu trabalho o mais rápido possível”, diz.

A candidata afirma que lugares que tiveram grande crescimento populacional nos últimos anos, por exemplo, devem receber novas linhas de ônibus, e que o redesenho levará em consideração os trajetos já atendidos pelo metrô e pelo trens da CPTM.

Enchentes

Tabata afirma que uma de suas principais preocupações para a cidade neste momento são as enchentes que acontecem todos os anos no verão. “Essa é uma das coisas que mais me angustiam, até como candidata, porque eu sei que eu vou chegar em janeiro [data da posse], a gente vai ter chuva forte e uma prefeitura que não se planejou para isso”, diz.

A deputada federal argumenta que para diminuir os impactos dos temporais na vida das pessoas pretende começar a trabalhar no problema assim que for eleita, antes da posse. A ideia é terminar ainda neste ano o Plano Municipal de Redução de Riscos, que traz alternativas para lidar com os pontos críticos para desastres ligados a fatores ambientais na cidade.

“A prefeitura mapeou 800 pontos muito críticos que, na primeira chuva, já dá merda, tem desmoronamento, tem alguma área que alaga. Dos 800 pontos críticos, o prefeito Ricardo Nunes fez planos apenas para 100. Ou seja, tem 700 pontos mapeados que não têm plano nenhum. Essa é a primeira coisa que eu espero fazer antes de assumir a prefeitura”, promete.

Depois de criar um plano de curto prazo para reduzir os riscos para a população desses locais, a candidata afirma que vai se debruçar para desenvolver o Plano Municipal de Adaptação às Mudanças Climáticas, que trará soluções em longo prazo que devem ser buscadas pela capital, como o aumento de áreas verdes para melhorar a drenagem do solo.

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