Na mira por Taylor, T4F é alvo de ação por trabalho escravo após Lolla
T4F, que será investigada após morte de fã em show de Taylor Swift no Rio, é alvo de ação do MPT por trabalho escravo no Lollapalooza em SP
atualizado
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São Paulo — Responsável pela organização da turnê da cantora americana Taylor Swift no Brasil, a empresa Time For Fun (T4F) é alvo de uma ação de cobrança de R$ 1 milhão movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suposto trabalho análogo à escravidão no festival Lollapalooza, ocorrido em abril deste ano, em São Paulo. O MPT quer que a empresa entre para a “lista suja” de condenados por impor trabalhadores a estas condições.
A empresa virou alvo de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) após a morte da estudante Ana Clara Benevides, de 23 anos, no show de Taylor Swift nessa sexta-feira (17/11). Ela teve uma parada cardiorrespiratória após passar mal durante a apresentação no estádio do Engenhão, onde a sensação térmica chegou aos 60ºC . Mais de mil fãs desmaiaram, segundo o Corpo de Bombeiros, por causa do calor extremo.
Em abril, às vésperas do festival Lollapalooza, que reuniu grandes estrelas internacionais como a cantora Billie Eilish, Tame Impala e Twenty One Pilots, trabalhadores foram identificados em condições análogas à escravidão. Eles eram responsáveis pelo transporte e manutenção das bebidas do evento, ficavam dia e noite no local, e dormiam em uma tenda, sobre tiras de papelão. Eles ganhavam diárias de R$ 160, sem o pagamento de quatro horas extras, e faziam jornadas de 12 horas.
À época, a T4F foi notificada pelo MPT, assim como a YS Comercio de Alimentos, que havia contratado para o serviço relacionado às bebidas. Como resposta, afirmou que rescindiu o contrato com a empresa, que era terceirizada. No fim do mesmo mês, sem mencionar o ocorrido, a empresa acabou encerrando seu contrato para fazer o festival, para o qual trabalhou nos últimos oito anos.
A investigação avançou e o Ministério Público do Trabalho moveu uma ação na qual pede a indenização e o reconhecimento dos direitos devidos aos trabalhadores que estavam em condições degradantes. A YS também responde pela ação.
A multa milionária, segundo a ação, deve ser destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é usado para custeio do seguro-desemprego e programas de desenvolvimento econômico. O MPT também pede indenizações de R$ 5 mil para cada vítima, e que as empresas sejam, ao fim do processo inclusas na lista suja do trabalho escravo.
Procurada pelo Metrópoles, a T4F não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.