Suspeito preso por matar empresário tinha finalizado pena 2 dias antes
Rafael Procópio da Conceição, de 26 anos, preso sob suspeita de ajudar em morte de empresário cumpriu pena por tráfico até 10/7
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O primeiro suspeito preso por supostamente torturar e matar o empresário Carlos Alberto Felice, de 77 anos, durante um roubo na casa da vítima, no último dia 12 no Jardim Europa, bairro nobre da zona oeste paulistana, estava há dois dias com a ficha criminal limpa.
Rafael Procópio da Conceição, de 26 anos, que se identifica como Japah nas redes sociais, foi preso em flagrante, por tráfico de drogas em 2021, no Capão Redondo, extremo sul de São Paulo.
Condenado, ficou atrás das grades até abril de 2023, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) lhe concedeu livramento condicional para ele responder o restante da pena em liberdade que, conforme registros judiciais obtidos pelo Metrópoles, terminou em 10/7, dois dias antes do crime.
Dois suspeitos já identificados
Japah foi preso nessa quarta-feira (24/7), em cumprimento a um mandado de prisão temporária, de 30 dias, expedido pela Justiça.
Ele trabalhava em uma obra, próxima à residência do empresário, juntamente com outro suspeito, já identificado pela Polícia Civil e que não havia sido preso até a publicação desta reportagem.
Uma fonte policial afirmou ao Metrópoles, nesta quinta-feira (25), que Japah negou participação no crime. “Ele direcionou para o outro suspeito a responsabilidade pela morte”.
Objetos do empresário assassinado, no entanto, foram encontrados com o preso. A defesa dele não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.
Cocaína, crack e maconha
Japah havia sido preso por tráfico de drogas em 11 de março de 2021. Outro criminoso, ao qual Japah atribuiu a função de “olheiro”, também foi detido na ocasião.
Ele foi encaminhado para o sistema carcerário, onde permaneceu até abril do ano passado.
Crime contra o empresário
O empresário Carlos Alberto Felice, de 77 anos, foi encontrado morto com sinais de tortura, mãos e pés amarrados, sob um tapete na garagem da casa que vendeu pelo valor milionário, no Jardim Europa, zona oeste de São Paulo.
Uma fonte que acompanha o caso afirmou ao Metrópoles, em sigilo, que Carlos sofreu agressões físicas “provavelmente” para informar a localização de valores e objetos guardados na casa.
Imóvel herdado
Segundo um testamento obtido pelo Metrópoles, Carlos e a irmã herdaram da mãe dois apartamentos na Vila Madalena, um na Bela Vista, uma sala comercial no Jardim América, além da residência onde ele foi encontrado assassinado.
A casa, localizada na Rua Prudente Correia, foi o único bem herdado exclusivamente pelo empresário, sem divisão com a irmã, e sobre o qual a mãe solicitou uma “cláusula vitalícia de impenhorabilidade” — que é quando o imóvel não pode ser alvo de penhoras, feitas por vias legais, para eventual pagamento de dívidas. O casa foi blindada judicialmente em 2011, quando o testamento foi registrado em cartório.
No local, Carlos morava sozinho desde que ficou viúvo, há três anos.