Suspeito é morto em suposto confronto em São Vicente; mortes somam 43
Homem de 31 anos foi morto em apartamento no Itararé durante madrugada; PM diz que ele teria apontado arma para agentes
atualizado
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São Paulo – Um homem de 31 anos foi morto por policiais militares em um apartamento no bairro do Itararé, em São Vicente, na madrugada desta terça-feira (12/3). De acordo com os PMs, ele teria sido baleado após apontar uma pistola na direção dos agentes. A Secretaria da Segurança Pública afirma que o suspeito chegou a ser levado para o Hospital Vicentino, mas não resistiu.
Segundo a pasta, os policiais se deslocaram até o local após receberem denúncia anônima de que no endereço estava o integrante de uma organização criminosa. Ao chegar ao local, teriam sido recebidos pelo homem armado.
Ele tinha passagens por roubo, associação criminosa, receptação e porte ilegal de arma. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio pela Delegacia de São Vicente. Foram apreendidos o celular e a arma que seriam do suspeito e encaminhados para a perícia.
Com a ocorrência desta terça-feira (12/3), o número de mortos na 3ª Fase da Operação Verão chegou a 43, de acordo com a contagem oficial do governo. Na tarde dessa segunda-feira (11/3), dois suspeitos morreram em um suposto confronto com policiais militares na Favela do Sambaiatuba, também em São Vicente.
Vídeos obtidos pelo Metrópoles mostram o momento em que moradores da comunidade retiram os homens baleados do mangue. Nas imagens, policiais militares aparecem assistindo à cena (veja abaixo). A conduta é investigada pela Polícia Militar.
No último dia 28, há duas semanas, o Ministério Público de São Paulo recebeu um relatório da Ouvidoria da Polícia apontando uma série de violações e indícios de execuções sumárias cometidas por policiais.
Tarcísio denunciado à ONU
Na semana passada, foram coletados novos relatos de abusos cometidos pelas forças de segurança do estado. Além das execuções, moradores de comunidades que são alvo da Operação Verão apontaram invasão de velório, intimidação e pessoas já mortas sendo levadas para suposto socorro em unidades de saúde como se estivessem vivas — isso dificultaria o trabalho de perícia no local dos supostos confrontos.
Na última sexta-feira (8/3), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Como resposta, ele disse que não está “nem aí“. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.