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Protesto cobra apuração de ataque racista a escola em bairro nobre de SP

Centenas de pessoas participaram nesta 5ª feira de protesto em frente à EMEI Monteiro Lobato, alvo de ataque racista em Higienópolis

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População faz protesto em apoio à EMEI que sofreu ataques racistas
1 de 1 População faz protesto em apoio à EMEI que sofreu ataques racistas - Foto: Reprodução / Redes sociais

São Paulo – Centenas de pessoas participaram de um protesto nesta quinta-feira (22/6) em apoio à escola que sofreu ataque racista, em Higienópolis, centro de São Paulo. O ato reuniu pais, alunos e funcionários da instituição, além de moradores do bairro e membros de outras escolas.

No dia 10 de junho, funcionários da EMEI Monteiro Lobato foram avisados de que os postes no entorno da escola estavam pichados com ofensas racistas e ataques contra a unidade de ensino infantil.

 

As pichações continham mensagens como “macacos”, “viva-voz é coisa de macaco” e “pedagogia da violência”. Segundo a Polícia Civil, as ofensas foram pintadas depois de um ensaio musical na instituição.

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Escola de SP é vítima de pichações com ataques racistas
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Para a presidente do Conselho da Escola, Mariana Borga, o ato desta quinta-feira mostrou que a comunidade está unida em defesa da instituição. “Não venham mexer com as nossas crianças”. Ela é mãe de um casal de gêmeos que estuda no estabelecimento.

Para Mariana, o responsável pelo ataque não estava incomodado com o barulho da escola, mas com o ambiente de diversidade, já que o lugar tem alunos negros e estudantes de várias classes sociais.

“Tem outras escolas aqui no bairro que fazem barulho. Ele [a pessoa que atacou] não se sentiu à vontade para ir na frente de qualquer uma dessas escolas privadas para fazer ameaças. Ele se sentiu à vontade para fazer isso na escola pública”, afirma.

A EMEI Monteiro Lobato fica em Higienópolis, um dos bairros mais nobres da capital paulista, e já foi vítima de outros ataques e ameaças online em 2018 e em 2021, quando vídeos com montagens contra a escola circularam nas redes sociais. As peças diziam que a escola promovia ideologia de gênero.

Parlamentares como o deputado estadual Carlos Gianazzi e a vereadora Elaine Mineiro, ambos do PSol, também participaram da manifestação.

Durante o ato, os participantes leram um manifesto antirracista e passaram tinta branca em cima dos postes nos quais as ameaças foram escritas. A ação foi simbólica, já que a Prefeitura de São Paulo repintou os postes nessa quarta-feira (21/6).

A diretora da instituição, Maria Cláudia Fernandes, abriu um boletim de ocorrência e também denunciou o caso à Diretoria Regional de Ensino. Ela conta que desde o dia 15 de junho uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) tem ficado na instituição, mas cobra por uma investigação.

“A gente quer mais do que isso. O Comitê de Proteção às Escolas precisa agir porque existe uma questão de inteligência também. Quem é essa pessoa que fez essa ameaça? A gente precisa descobrir”, afirma.

A escola entrou em contato com a administração de um prédio da mesma rua para pedir imagens de câmeras de segurança. Os responsáveis pelo edifício disseram que só poderiam passar as imagens à polícia, mas adiantaram que um homem idoso aparecia na cena.

Em nota, a polícia disse que investiga o caso e tem realizado diligências para identificar o autor dos ataques. Já a Secretaria Municipal da Educação disse que lamenta o ocorrido e repudia qualquer ato de discriminação e racismo dentro ou fora do âmbito escolar.

Segundo a Prefeitura, uma assessora de articulação da secretaria acompanhou o manifesto realizado pela unidade nesta quinta e a Diretoria Regional de Educação “presta todo apoio necessário à comunidade escolar”.

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