SP: pesquisa mostra que esquerda corre risco de ficar fora do 2º turno
À exceção de 2016, quando eleição foi definida no 1º turno, disputa em SP pode avançar ao 2º turno pela 1ª vez sem um candidato de esquerda
atualizado
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São Paulo – A disputa à Prefeitura da capital paulista pode avançar ao segundo turno sem um candidato de esquerda entre os postulantes, segundo a mais recente pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11/9).
Com exceção da eleição de 2016, quando João Doria (PSDB) foi eleito prefeito no primeiro turno, a disputa paulistana sempre teve uma candidatura de esquerda avançando ao segundo turno desde a redemocratização.
A pesquisa Quaest desta quarta confirmou o crescimento do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, e do influenciador Pablo Marçal (PRTB), que embora estejam tecnicamente empatados com o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na liderança, ultrapassaram o psolista em números absolutos.
Nunes vem apresentando um crescimento nas últimas pesquisas desde o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, na qual domina a maior parte do tempo – dos 10 minutos disponíveis aos candidatos, mais de seis são de uso exclusivo do atual prefeito.
Marçal, mesmo sem a televisão, tem alcançado os eleitores por meio de sua extensa capilaridade nas redes sociais. Na pesquisa Quaest desta quarta, ele aparece pela primeira vez liderando o levantamento espontâneo, que é o quando os nomes dos candidatos não são fornecidos aos entrevistados.
Em duas semanas, o influenciador passou de 10% para 15% na espontânea, enquanto Boulos, que liderava o nicho desde junho, oscilou de 12% para 14% – a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Com 8% há duas semanas, Nunes também mostrou crescimento e atingiu 13% no novo cenário.
Estagnado em outros levantamentos ou com oscilações para baixo nas pesquisas, Boulos já minimizou publicamente o risco de ficar de fora do segundo turno na capital paulista.
“Em todas as eleições até hoje, desde a redemocratização, o campo progressista ou de esquerda sempre foi ao segundo turno, ganhando ou ficando em segundo lugar”, disse em entrevista à sabatina Folha/Uol.
Na prática, a campanha acendeu o sinal de alerta e acionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para gravar um novo material para Boulos usar na TV.