SP lidera ranking de violência política contra jornalistas pós-eleição
Abraji registrou 10 casos de violência contra jornalistas em SP no período; casos ocorreram em atos bolsonaristas após a vitória de Lula
atualizado
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São Paulo – O estado de São Paulo registrou ao menos dez ataques ou agressões contra jornalistas desde o segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro de 2022. O estado lidera o ranking nacional.
O monitoramento é feito pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) em parceria com a Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas).
Segundo as entidades, os ataques partiram de grupos bolsonaristas que vêm organizando atos antidemocráticos desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de presidente da República, especialmente em frente a quartéis do Exército.
O último caso ocorreu em Ribeirão Preto, no interior. De acordo com a Fenaj, um fotógrafo do jornal Tribuna de Ribeirão foi intimidado por bolsonaristas enquanto cobria a presença de um grupo que se concentrava em frente à Circunscrição do Serviço Militar da cidade. Os presentes, que pediam intervenção militar, ameaçaram quebrar o equipamento do profissional.
Ao todo, a Abraji contabiliza 77 casos de agressões ou ataques contra profissionais de imprensa entre os dias 30 de outubro e 6 de janeiro. Somente nos últimos seis dias, foram sete casos.
O ranking liderado por São Paulo segue com Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, com sete casos cada.
Em nota, a Abraji afirma que repudia com veemência esses 77 episódios e se solidariza com os jornalistas agredidos, suas famílias e seus colegas de trabalho. A associação pede que os “casos sejam apurados, e os autores dos ataques, responsabilizados. Porque a impunidade é um combustível potente para a escalada da violência”.