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Força-tarefa de SP mira financiadores de caravanas golpistas

Força-tarefa do Ministério Público de São Paulo mira investigação em pessoas que financiaram ida de golpistas para Brasília

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Imagem colorida do procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo de terno e gravata falando ao microfone - metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo de terno e gravata falando ao microfone - metrópoles - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – Uma força-tarefa do Ministério Público de São Paulo (MPSP) criada no ano passado para investigar os bloqueios de rodovias feitos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado vai focar suas ações para identificar os financiadores dos ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, no domingo (8/1).

O objetivo do grupo é reunir de forma célere o maior número de provas contra os patrocinadores das caravanas de ônibus que saíram de São Paulo com destino à capital federal com os vândalos que depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacinal e o Supremo Tribunal Federal (STF).

A força-tarefa fez uma reunião na tarde de segunda-feira (9/1) e vai trabalhar para identificar também os paulistas que receberam esse financiamento participarem dos atos golpistas em Brasília e levá-los “às barras dos tribunais”, nas palavras do procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, chefe do MPSP.

Desde domingo, alguns grupos estão usando as redes sociais para expor a identidade dos golpistas que postaram imagens e vídeos durante os ataques na Praça dos Três Poderes. Em apenas um deles, é possível constatar pessoas de ao menos 25 cidades paulistas, como Assis, Botucatu, Campinas, França, Ribeirão Preto e Sorocaba, no interior, Osasco e São Bernardo, na Grande São Paulo, e Santos, no litoral, além da capital.

Na manhã de segunda-feira (9/1), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de São Paulo apreendeu, na cidade de Onda Verde, região de São José do Rio Preto, no interior, um ônibus com 45 pessoas que participaram dos atos em Brasília no dia anterior. Segundo a corporação, o veículo tinha placa de Botucatu, e foi fretado para os golpistas.

Como o Metrópoles mostrou no domingo, um instrutor de voo livre de Amparo, no interior paulista, que gravou um vídeo dentro de um gabinete parlamentar durante a invasão do Congresso Nacional, afirmou ter sido financiado por meio de transferências bancárias via Pix para ir a Brasília.

Monitoramento

Desde novembro, os setores de inteligência das Polícias Civil e Militar de São Paulo monitoravam 34 acampamentos bolsonaristas no Estado, que passaram a ser desmontados nessa segunda-feira após determinação do ministro do Alexandre de Moraes, do STF.

Além de identificar as origens dos recursos que permitiram esses acampamentos, o MPSP pretende rastrear por meio de imagens das câmeras instaladas em rodovias os ônibus que levaram grupos terroristas de São Paulo a Brasília para os atos de domingo. As pessoas que fretaram os veículos e os ocupantes dos ônibus serão investigados em apuração complementar a que já é feita pela Polícia Federal (PF).

Em novembro, a Polícia Civil paulista já havia entregue um relatório ao STF com a identificação de algumas lideranças e possíveis patrocinadores de atos antidemocráticos promovidos nas rodovias. O documento cita políticos bolsonaristas do interior paulista e indica até chaves PIX que teriam sido usadas para financiar os bloqueios nas estradas após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“É possível afirmar cabalmente que havia financiamento”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na tarde de segunda-feira. Ele disse que também é prioridade da PF identificar os financiadores dos atos golpistas, que “serão chamados à responsabilização penal e civil”.

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