SP: feminicídio tem novo recorde e casos já superam todo o ano de 2021
Dados oficiais mostram que SP registrou 166 casos de feminicídio de janeiro a setembro de 2023, o maior número de toda a série histórica
atualizado
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São Paulo – Os casos de feminicídio em São Paulo voltaram a bater recorde negativo e já superam os registros de todo o ano de 2021. Segundo dados oficiais, divulgados nesta quarta-feira (25/10) pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram 166 casos de janeiro a setembro deste ano – o maior patamar da história.
As estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostram que o estado registrou 24 feminicídios só em setembro de 2023, ante 13 ocorrências no mesmo mês de 2022, o que representa aumento de 84%.
Uma das vítimas é a estudante de veterinária Tamires Alessandra Viana Ribeiro, de 29 anos, que estava grávida e foi morta a tiros em frente ao filho dela, de 6, em Campo Limpo, no interior paulista. Principal suspeito, o marido foi preso.
Segundo os indicadores, o interior paulista é a região que mais concentra ocorrências de feminicídio, com 16 registros no mês de setembro. Já a capital computou três assassinatos de mulheres.
No acumulado do ano, o aumento de feminicídios é de 38,4% em relação ao mesmo período de 2022. Foram 124 casos nos nove primeiros meses do ano passado.
Mesmo com o ano incompleto, os dados de 2023 já superam os 136 casos em todo o ano de 2021 e se aproxima das 187 ocorrências de 2022 – até o momento, o pior resultado da série histórica.
Estupro
Com 1.249 boletins de ocorrência, o número de estupros em São Paulo também subiu em setembro. Em 2022, haviam sido 1.153 notificações.
De acordo com as estatísticas, 76% dos estupros (952 casos) foram cometidos contra vítimas vulneráveis – ou seja, pessoas com até 14 anos ou incapazes de consentir.
Recentemente, o secretário Guilherme Derrite, da Segurança Pública, anunciou um edital para comprar novas tornozeleiras eletrônicas para monitorar acusados de praticar violência doméstica em todo o estado de São Paulo.
Iniciado na capital paulista, o programa deve ser expandido para as outras cidades até 2024.