metropoles.com

São Paulo é o estado que mais mata trans e travestis em todo o Brasil

Este 29 de janeiro é lembrado como o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Em 2024, 16 pessoas transexuais e travestis foram mortas em SP

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Sinpsi-SP
Imagem colorida mostra a bandeira trans, que pode ser usada na marcha trans - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra a bandeira trans, que pode ser usada na marcha trans - Metrópoles - Foto: Reprodução/Sinpsi-SP

São Paulo O estado de São Paulo é o que mais mata a população trans travesti em todo o Brasil, segundo dossiê publicado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) nessa segunda-feira (27/1). No ano de 2024, o estado registrou 16 mortes. No acumulado entre 2017 até 2024, também permaneceu na liderança — foram 151 assassinatos.

O estado de Minas Gerais (MG) ocupa a segunda posição, com 12 ocorrências, seguido pelo Ceará (CE), com 11 mortes, e Rio de Janeiro (RJ), com 10. A publicação destacou ainda que, ao todo, o Brasil teve 122 casos de assassinatos em 2024, uma queda em relação ao ano de 2023, que registrou 145 mortes. Ainda assim, o país continua, pelo 16º ano seguido, como o que mais mata a população trans e travesti em todo o mundo.

O relatório também compilou dados com o perfil das vítimas:

  • Em relação à idade, a maior parte delas eram jovens trans entre 15 e 29 anos;
  • Em comparação entre a média de idade anual e a expectativa de vida dessa população, os dados demonstraram que a maioria das vítimas tinha idade inferior à expectativa de vida da população trans, que é de 35 anos;
  • O perfil socioeconômico é de pessoas trans e travestis empobrecidas, em alta vulnerabilidade social, que utilizam o trabalho sexual como fonte primária ou secundária de renda;
  • Em relação à raça, em 2024, dentre os 86 casos em que foi possível determinar, 78% eram pessoas trans negras;
  • Sobre gênero e identidade de gênero, das 122 vítimas, 117 delas eram travestis/mulheres trans, enquanto cinco delas eram homens trans e pessoas transmasculinas.

“Requintes de crueldade”

O documento também destacou os tipos de assassinatos e as armas utilizadas. A partir das análises de todos os casos registrados no país em 2024, pelo menos 89% deles apresentaram requintes de crueldade — a multiplicidade de ferimentos, a incapacidade de defesa da vítima, a força excessiva e os múltiplos agressores.

Entre os locais do assassinato, dentre os 99 dados que trouxeram a informação, 67 deles aconteceram em espaços públicos, principalemente no período noturno.

Segundo a presidente da Antra, Bruna Benevides, os dados apresentados na pesquisa, além de denunciarem a violência, explicitam a necessidade de políticas públicas focadas na redução de homicídios e violência contra pessoas trans. “Um dos princiais objetivos desse trabalho é confrontar a omissão do Estado, para que sejam pensadas políticas e estratégias para enfrentamento e erradicação da transfobia”, destaca ela.

“Nossa existência é resistência, e resistiremos hoje, assim como resistimos no passado, com a certeza de que nossa luta é justa e necessária para a construção de um futuro onde ser trans não seja um ato de coragem, mas um direito fundamental”, diz Benevides.

Dentre as ações para combate da violência contra a população trans e travesti, o dossiê da Antra destaca algumas como a implementação de cotas trans em universidades, tanto para estudantes, quanto para docentes e técnicos-administrativos e empresas contratadas, instituição de cotas trans para concursos públicos, ações educativas em escolas contra a transfobia e a investigação de ataques orquestrados por gabinetes de ódio em redes sociais.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?