SP tem previsão de mais chuva esta semana e novo vendaval na sexta
Nesta quarta (16/10), 100 mil imóveis continuam sem energia em SP por causa do apagão que aconteceu após chuva e vendaval de sexta (11/10)
atualizado
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São Paulo — Após a chuva e o vendaval que provocaram um apagão em São Paulo na última sexta-feira (11/10), há previsão para um novo temporal ainda nesta semana. Na capital paulista, é possível que comece a chover nesta quarta-feira (16/10) e ocorram mais rajadas de vento a partir de sexta-feira (18/10).
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, os termômetros podem alcançar 29ºC nesta quarta-feira. Entre o meio e o fim da tarde, haverá a formação de áreas de instabilidade que podem provocar chuvas em forma de pancadas isoladas, com intensidade moderada a forte. Há potencial para rajadas de vento e formação de alagamentos.
A quinta-feira (17/10) começará com sol forte e calor. No fim da tarde, o número de nuvens aumentará e há potencial para chuva rápida e isolada. Na sexta-feira, o dia será de sol, com sensação abafada e, mais tarde, devem acontecer pancadas de chuva com trovoadas e rajadas de vento de até 60 km/h.
Apagão depois da chuva
Nesta quarta-feira (16/10), no 5º dia de apagão, cerca de 100 mil imóveis continuam sem energia na região metropolitana de São Paulo. Segundo a Enel, 7,6 mil dos casos enfrentam o problema desde sexta-feira (11/10) e sábado (12/10), após um forte temporal levar à interrupção no fornecimento de energia para mais de 2 milhões de clientes da concessionária.
“As equipes atuam, desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados de falta de luz ao longo dos últimos dias”, diz a nota da Enel divulgada às 6h desta quarta.
Muitos semáforos foram desligados durante o temporal, e em alguns cruzamentos da capital a situação se arrasta. Em nota ao Metrópoles, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o apagão provocou o desligamento de 187 faróis. Às 6h desta quarta, ainda havia 3 equipamentos apagados por falta de energia. “As equipes de campo estão nas ruas para auxiliar na fluidez do trânsito e na segurança da população”, disse o órgão.
O apagão ainda afetou o abastecimento de água em diversas regiões. No entanto, segundo o último boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quarta, o abastecimento de água ocorre de forma regular em todas as áreas afetadas pelo apagão de energia na Grande São Paulo.
Governo pede intervenção na Enel
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e prefeitos de 15 cidades da região metropolitana de São Paulo entregaram, na tarde desta terça-feira (15/10), uma carta ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, relator de uma auditoria sobre os contratos de concessão da distribuidora de energia Enel, solicitando que seja determinada ou uma intervenção federal na empresa ou a suspensão do contrato diante do apagão que, desde sexta-feira (11/10), atinge milhares de imóveis na região.
O documento foi entregue após uma reunião entre Tarcísio, Nardes, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e os prefeitos das demais cidades, na qual cada um deles detalhou os prejuízos causados pela falta de energia até o momento.
“A sugestão que fazemos, e é urgente porque, senão, na próxima chuva estaremos aqui passando pelo mesmo problema, é a intervenção na empresa. E é necessário que, após a intervenção, possamos avaliar a oportunidade de abrir o processo de caducidade, o processo de extinção, porque a empresa já se mostrou incapaz de prestar um serviço de qualidade no estado de São Paulo”, disse Tarcísio.
Ao detalhar a carta, o governador reiterou críticas que já havia feito à atuação da Enel. “A empresa não sabia quais eram os hospitais que estavam sem energia. A empresa não se mobilizou para colocar os grupos geradores para funcionar. Nós tivemos que buscar diesel com a polícia militar para colocar o grupo gerador em operação, para que a UTI não parasse de funcionar no hospital. A empresa não sabia quais eram as instalações da Sabesp que estavam sem energia”, afirmou.
Tarcísio também criticou o modelo de regulação do contrato de concessão da Enel com o governo federal. Ele afirmou que a crise é consequência da falta de vontade da Enel em investir na melhoria da infraestrutura de distribuição de energia. “Aquilo que não impacta a tarifa, ou seja, que não afeta a receita, a empresa simplesmente não faz. Por exemplo, ela se queixa de não ter previsão do tempo, mas quanto custa um radar meteorológico? Quanto custa a instalação de anemômetros? Por que a empresa não colocou? Porque ela não será remunerada por isso.”
Nardes, entretanto, deixou claro que antes de tomar qualquer decisão sobre o tema, ouvirá a área técnica do TCU, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia, órgão responsável pela concessão. Só então tomará alguma decisão.
O TCU pode solicitar à Aneel que determine ao ministério a intervenção na empresa caso sejam encontrados elementos que justifiquem a medida. Nardes, contudo, evitou se comprometer com a definição de prazos.