SP: castelo de R$ 3,2 mi e 100 quartos de José Rico vai a leilão
Castelo do cantor José Rico, da dupla com Milionário, será leiloado por dívida trabalhista com um músico. Sertanejo morreu em 2015
atualizado
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São Paulo — O castelo construído pelo cantor José Rico, em Limeira (SP), vai a leilão em junho para pagamento de dívidas trabalhistas com um músico. Avaliado em R$ 3,2 milhões, o imóvel poderá ser arrematado com lances a partir de R$ 1,6 milhão.
Ao lado de Milionário, José Rico integrou, por cerca de 40 anos, uma das mais conhecidas duplas sertanejas do Brasil. O cantor morreu em 2015, aos 68 anos, e deixou o castelo com mais de 100 quartos ainda em construção.
Segundo os responsáveis pelo leilão, o imóvel aparenta “estado de abandono, com mato crescente, janelas quebradas e pichações nos muros”. Também é descrito como construído em “uma região de baixada em declive acentuado, praticamente sem proveito econômico”.
O local é fração de uma gleba rural e se encontra em processo de regularização fundiária na Prefeitura de Limeira. Além disso, tem grandes edificações que não foram averbadas na matrícula, o que pode ser um problema para quem arrematar o imóvel.
O castelo fica em uma estrada que liga a rodovia Anhanguera às represas do Bairro Jaguari, na divisa com Americana (SP).
Em entrevista ao cantor Michel Teló, em 2014, o sertanejo falou sobre o castelo: “Ali é meu mundo. Estou construindo para mim e para os meus”. O cantor também compôs uma canção chamada “Castelo”. A letra diz: “Construí um castelo bonito para dar de presente à pessoa amada”.
Não cabe recurso
A advogada Juliana Mendonça afirma que o processo já transitou em julgado. Ou seja, não cabe mais recurso, e a família de José Rico também não tentou entrar em acordo ao longo da ação, segundo a representante do funcionário.
A advogada disse que Milionário também foi acionado, mas se antecipou. “Ele fez um acordo para ser excluído do processo. Chegou a pagar uma parte. Ficou, então, apenas a empresa e o próprio José Rico”, explicou.
Ao todo, o escritório do qual Juliana faz parte representa dois bailarinos e três músicos que trabalharam com a dupla por muitos anos. Ela estima que as dívidas trabalhistas referentes aos funcionários gire em torno de R$ 15 milhões. Outros bens de José Rico podem ser penhorados.
A advogada Joani Brumiller, representante da família de José Rico, confirma a situação, mas diz que “há pedido nos autos de nulidade e suspensão do leilão por inobservância de formalidades processuais, ainda mercê de análise do juízo competente”.