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Número de surtos de escarlatina tem aumento em São Paulo em 2023

Estado registrou 31 surtos da escarlatina entre janeiro e novembro de 2023, sem nenhum óbito, segundo a Secretaria da Saúde

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Imagem colorida da boca de uma criança com doença bacteriana escarlatina; doença tem aumento no número de casos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da boca de uma criança com doença bacteriana escarlatina; doença tem aumento no número de casos - Metrópoles - Foto: BSIP/UIG via Getty Images

São Paulo – O Estado de São Paulo registrou, de janeiro até o início de novembro deste ano, 31 surtos de escarlatina, sem nenhum óbito, um aumento em relação a anos anteriores. Os dados são da Secretaria da Saúde, divulgados nesta semana.

Segundo a pasta, foram registrados um surto em fevereiro, um em junho, um em julho, nove em agosto, seis em setembro, dez em outubro e três em novembro.

O número é muito maior que o registrado em anos anteriores. Em todo o ano passado, quatro surtos da doença foram contabilizados, também sem óbitos, sendo um em setembro, dois em outubro e um em novembro. Em 2021, o único surto de escarlatina ocorreu em maio.

Só na capital paulista, ocorreram 14 desses surtos em 2023.

O Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” (CVE), que coordena as ações de vigilância epidemiológica no Estado de São Paulo, afirma que a definição de surto diz respeito à ocorrência de dois ou mais casos que atendam a definição de caso suspeito em determinado espaço geográfico e relacionados no tempo. Apenas os surtos são notificados.

O que é escarlatina?

A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa que costuma ocorrer em crianças em idade escolar, durante a primavera. É transmitida pela mesma bactéria que causa amidalite, artrite, pneumonia, endocardite, impetigo e erisipela.

A maioria das pessoas que tem uma infecção de garganta provocada pela bactéria não desenvolve escarlatina. Porém, cerca de 10% são sensíveis às toxinas liberadas por ela e podem desenvolver a doença, que provoca pequenas manchas vermelhas que se misturam na pele.

A transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva ou a secreção nasal de pessoas doentes ou aquelas que têm a bactéria, mas não apresentam sinais da enfermidade. Esse contato pode ser tanto por gotículas expelidas na tosse ou espirro, como por beijo, objetos compartilhados, como copos ou mãos que tocaram partículas contaminadas e foram levadas ao nariz ou boca.

O período de incubação pode variar de 1 a 10 dias.

Os sintomas mais comuns de escarlatina

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o início da doença é repentino, com calafrios e febre alta nos primeiros dias, que vai baixando aos poucos nos dias seguintes até desaparecer.

Outros sintomas são dor de garganta intensa, pequenas manchas na pele de cor vermelho-escarlate, ásperas, que aparecem inicialmente no tronco, depois tomam a face, o pescoço, os membros, axilas e virilha, mas poupam as palmas das mãos, as plantas dos pés e ao redor da boca. Nas dobras de pele, como cotovelos, punhos, axilas e joelhos, as manchas podem ser mais escuras e descamam com o decorrer da doença.

Na língua surgem caroços avermelhados recobertos com uma película parecida com um plástico branco amarelado. Essa película posteriormente se desfaz e a pele adquire o aspecto de framboesa, porque as papilas incham e ficam arroxeadas.

Além disso, a escarlatina causa mal-estar, falta de apetite, aumento dos gânglios do pescoço, dor no corpo, de barriga e de cabeça, náuseas e vômitos.

Tratamento

O tratamento é bastante simples, feito com antibióticos receitados por médico. Medicamentos para dor e febre são úteis para aliviar os sintomas.

É importante ser diagnosticado e iniciar imediatamente o tratamento para evitar complicações que podem ser graves e para diminuir a sua ocorrência.

Algumas complicações, como otites, meningite e sinusites, podem surgir enquanto a pessoa estiver doente. Outras, mais graves, como reumatismo infeccioso e problemas nos rins, podem se manifestar bem depois, quando a doença já parece curada.

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