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SP: “Acidente anunciado”, diz ONG sobre queda de 100 casas no litoral

Voluntário dos institutos Verdescola e de Conservação Costeira diz que 100 casas que desmoronaram estavam em área de risco em São Sebastião

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Imagens aéreas dos estragos da chuva no bairro Juquehy em São Sebastião, litoral norte de São Paulo - metrópoles
1 de 1 Imagens aéreas dos estragos da chuva no bairro Juquehy em São Sebastião, litoral norte de São Paulo - metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A Barra do Sahy foi a região mais atingida pelos desmoronamentos em São Sebastião, no litoral de São Paulo. A região compreende a faixa mais próxima da praia onde estão as casas de veraneio e a Vila do Sahy, onde moram os trabalhadores locais. O Instituto Verdescola abriga, no momento, 973 pessoas que perderam seus lares. A ONG afirma essas pessoas moravam em áreas já conhecidas de risco e que deveriam ter sido realocadas antes da tragédia.

“Vila Sahy é a nossa vila operária onde moram aproximadamente 3,5 mil pessoas, um terço da nossa população está desabrigada. Nós estamos falando de mais ou menos 100 casas que vieram abaixo numa região de Mata Atlântica. A nossa advogada fala de um acidente que já estava anunciado”, diz Poio Estavski, voluntário dos institutos Verdescola e de Conservação Costeira.

Ele se refere a advogada Fernanda Carbonelli, que é fundadora e diretora do Instituto Conservação Costeira, que também tem como criadora Geize Diniz, esposa de Abílio Diniz. Maria Antonia Civita está entre as fundadoras das duas organizações, Verdescola e Conservação Costeira.

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A vila entre os condomínios

“Haviam casas do morro que estavam em áreas de risco e essas famílias precisavam ser removidas. Mas não houve uma política pública consistente tanto do governo estadual quanto do municipal. Nós tivemos oportunidades para alterar a lei de uso e ocupação do solo, mas não foi para frente”, diz o voluntário.

Poio Estavski, de 43 anos, afirma que há 10 anos o Instituto de Conservação Costeira “luta” por moradias populares. Caiçara da Barra do Sahy, ele afirma que os grandes condomínios começaram a chegar em 1994, na mesma época os trabalhadores também migraram para a região.

“Já tínhamos autorização para usar um terreno para as moradias populares, mas acabou não acontecendo devido a questão de zoneamento e vontade política. Existem leis para casas de alto padrão, mas não existe um olhar para as moradias populares”, diz o voluntário.

Diferença social

O voluntário afirma que a Barra do Sahy é marcada pela desigualdade. “Há uma diferença social, nós do Sahy temos uma visão de que a Rio-Santos faz essa separação. De um lado estão as casas que são de classe média e de pessoas com padrão de vida um pouco melhor e do outro lado está a Vila Sahy”, diz Estavski.

Segundo ele, apesar das diferenças socioeconômicas, a região está se unindo pela solidariedade nesse momento de tragédia. O Instituto Verdescola reúne 150 voluntários ajudando os desabrigados e helicópteros transportam as doações gratuitamente.

“O instituto foi transformado nesse hospital de campanha, ao mesmo tempo nós estamos acolhendo essas pessoas, então também virou a moradia e vai ser por um longo tempo, nós precisamos de muita ajuda agora”, afirma o voluntário.

O Instituto Verdescola está divulgando em suas redes sociais os canais de doação e outras formas de ajudar.

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