Slam SP consagra campeão paulista de poesia falada neste fim de semana
Campeonato de poesia falada acontece no Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, e reúne mais de 40 poetas em busca do título paulista
atualizado
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São Paulo – Mais de 40 poetas de todo o estado de São Paulo se enfrentam desde a última quarta-feira (6/9) no Slam SP, o campeonato paulista de poesia falada. A edição deste ano acontece no Sesc 24 de Maio, no centro da capital, e vai até domingo (10/9), quando o próximo campeão será consagrado.
O evento é aberto ao público, que pode acompanhar as apresentações e votações da disputa. As regras do torneio são simples: os competidores precisam apresentar poesias autorais e que tenham até 3 minutos de duração. O júri é escolhido na hora e dá a nota ao final de cada poesia. Quem recebe as melhores pontuações avança na disputa.
Ao longo da semana, os artistas precisaram se enfrentar nas chaves eliminatórias para seguir no torneio. Neste sábado (9/9), acontecem as semifinais de cada grupo e no domingo os poetas se apresentam pela última vez na final da competição.
O primeiro e segundo colocados são classificados para a etapa nacional do campeonato, o Slam BR, que será disputada em dezembro em Minas Gerais.
No ano passado, a vencedora do Slam SP foi a poeta Matriarcak, que alcançou o título de bicampeã ao somar a vitória de 2022 com a conquista de 2020, quando também levou o troféu.
Além das batalhas, a programação da competição no fim de semana conta também com duas atividades feitas em parceria com o Sesc 24 de Maio.
No sábado, o artista e pesquisador Flip Couto oferece uma oficina sobre a linguagem corporal na poesia. No domingo, a compositora Andrea Drigo é quem comanda uma oficina para os visitantes do Sesc, desta vez com o tema “Voz e performance poética”. As duas atividades são gratuitas, mas é preciso retirar ingresso na bilheteria da unidade para participar.
15 anos de Slam
A edição deste ano marca os 15 anos do slam no Brasil e mostra a força do movimento cultural que chegou ao país através da atriz e MC, Roberta Estrela D’Alva.
Em 2008, ela decidiu montar a primeira batalha de slam depois de assistir a algumas filmagens de apresentações do gênero feitas nos Estados Unidos.
A competição de poesia falada fez sucesso já nas primeiras edições, reunindo dezenas de pessoas no espaço da companhia de teatro “Núcleo Bartolomeu de Depoimentos”. Mas Roberta conta que a virada de chave do movimento aconteceu depois, quando as periferias se apropriaram dele.
“Ele tem uma virada que é quando ele começa a ser feito nas ruas. Isso popularizou muito o slam no Brasil e trouxe a periferia muito fortemente”, afirma a MC.
Em pouco tempo, o movimento se espalhou pelas cidades do país, com artistas ecoando versos sobre temas como racismo e feminismo dentro das comunidades.
“Hoje tem [slam] em 230 comunidades no Brasil inteiro, em 24 estados. A gente viu a adesão que teve, como as pessoas estavam precisando de um espaço, de um lugar para falar”, diz Roberta. Para ela, os 15 anos do slam no país mostram a necessidade de romper o histórico de silenciamento da população periférica.
“O slam não é sobre falar, é sobre ter a sua voz ouvida mais que tudo”, afirma a fundadora das batalhas de poesia falada no país.