Linha 1 do Metrô tem falha e sindicato culpa governo: “Tirou dinheiro”
Linha 1-Azul do Metrô apresentou falha de sinalização na manhã desta sexta-feira (20/10) e trens operaram com velocidade reduzida
atualizado
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São Paulo — As linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô de São Paulo operaram com velocidade reduzida na manhã desta sexta-feira (20/10). Passageiros relatam maior tempo de espera entre os trens e dificuldade para embarcar. De acordo com o Metrô, houve uma falha de sinalização na estação São Bento, da Linha 1-Azul, que teria provocado a lentidão.
O sistema Paese foi acionado, com pelo menos 20 ônibus para apoiar o deslocamento de passageiros entre as estações Luz e Tucuruvi.
A operação das linhas de Metrô teria sido normalizada por volta das 8h. Passageiros, no entanto, ainda relatam dificuldade para embarcar e estações mais lotadas.
Em nota, o Sindicato dos Metroviários disse que a falha na Linha 1-Azul é uma consequência da decisão do governo do estado de “tirar dinheiro” do Metrô. Segundo o sindicato, o veículo que apresentou falha estava sem freio e poderia ter atropelado trabalhadores.
“Foi gravíssimo o que aconteceu. Além de prejudicar milhões de passageiros, o veículo de manutenção estava sem freio e poderia ter atropelado trabalhadores em atividade. Resultado da opção do governo de tirar dinheiro do Metrô público e colocar no metrô privado.”
O Metrópoles questionou o Metrô de São Paulo sobre as acusações e aguarda retorno.
Greve
No último dia 2/10, os sindicatos dos metroviários e dos ferroviários realizaram uma greve conjunta que paralisou completamente quatro linhas do Metrô e três de trem por 24 horas. Os trabalhadores protestaram contra o plano de privatização do governo de São Paulo.
O estudo da IFC para a privatização do Metrô, cuja contratação foi adiantada pelo Metrópoles, ainda está em andamento e só deve ficar pronto no primeiro semestre de 2024.
A empresa controla quatro linhas da rede metroviária: 1-Azul, 2-Verde, 3-Amarela e 15-Prata e vive uma crise econômica severa causada pela perda de passageiros — nunca recuperada — desde a pandemia de Covid-19. Essa crise faz com que o governo seja obrigado a injetar recursos na empresa para evitar riscos à operação.
Metroviários derrubam pregão
O Sindicato dos Metroviários conseguiu derrubar o pregão do governo estadual de São Paulo, previsto para o último dia 10, que previa a terceirização do atendimento nas estações na capital paulista. A decisão da Justiça é liminar e ainda cabe recurso.
Segundo a juíza Lucy Guidolin Brisolla, do Tribunal Regional do Trabalho, a contratação de trabalhadores para exercer função idêntica ao que está previsto no plano de cargos e salários, sem concurso, é inconstitucional.