Sindicância ouve funcionários de hospitais que recusaram jovem obeso
Governo tem prazo de 30 dias para concluir a investigação; secretaria nega que paciente morreu por falta de maca para o atendimento
atualizado
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São Paulo – A sindicância aberta pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo para apurar as circunstâncias da morte do jovem obeso Vitor Augusto Marcos de Oliveira, de 25 anos, deve ouvir nesta quarta-feira (11/1) quatro funcionários envolvidos no atendimento dos hospitais onde o paciente tentou ser internado.
Vitor morreu na últmima quinta-feira (4/1), no Hospital Geral de Taipas, na zona norte, após não conseguir atendimento em seis hospitais – três estaduais e três municipais. As unidades não o receberam por não terem vaga de atendimento para pacientes dessa complexidade, segundo a secretaria.
A sindicância ouviu até a terça-feira (10/1) quatro pessoas ligadas aos hospitais onde o jovem tentou internação. Foram ouvidos diretores e coordenadores dessas unidades.
Segundo o coordenador dos hospitais do estado de São Paulo, Carlos Alberto de Castro Soares, Coordenador dos Hospitais do Estado, a médica que deu o aceite no Hospital Vila Nova Cachoeirinha será uma das últimas a ser interrogadas, por ser o “ponto focal” da investigação.
Isso porque, após o aceite, Vitor chegou a ser levado à unidade de ambulância, mas chegando lá a família foi informada que não havia vaga.
“A gente vai começar a ouvir agora o pessoal que participou do atendimento, devemos ouvir umas quatro pessoas nesta quarta. Vou deixar para ouvir a doutora um pouco mais para o fim, por uma questão de estratégia”, afirmou Carlos Alberto de Castro Soares.
Por lei, a sindicância tem um prazo de 30 dias para ser concluída. O diretor, no entanto, afirma que pretende encerrar a investigação em até 15 dias. “Temos que entregar essa resposta à sociedade”.
Além da apuração administrativa da secretaria, o Ministério Público de São Paulo também abriu um inquérito civil para acompanhar o caso.
O MPSP deu um prazo de dez dias para que as pastas informem as as circunstâncias do atendimento ao paciente, assim como as unidades de saúde em que há macas especiais para atendimento de pessoas acometidas por obesidade.
O órgão pede ainda que as secretarias expliquem qual é o procedimento padrão para o atendimento desse tipo de paciente.