Servidor que comparou cabelo de advogada a vassoura é condenado
Servidor público da prefeitura de Sorocaba havia afirmado que cabelo de advogada se parecia com vassoura piaçava
atualizado
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São Paulo — Um servidor público da prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, foi condenado a dois anos e oito meses de reclusão por injúria racial depois de comparar o cabelo de uma advogada a uma vassoura piaçava.
O caso aconteceu durante uma reunião por videochamada da Justiça do Trabalho de Sorocaba em 27 de abril de 2023. Na ocasião, a advogada Julietta Elizabette de Jesus Oliveira Teofilo participava do compromisso quando uma servidora pública elogiou o cabelo no estilo “black power” da profissional.
Neste momento, Geraldo Baptista Benette debochou e disse: “Bonito? Parece mais uma vassoura piaçava”.
Ao escutar o comentário do funcionário público, a advogada chamou a atenção do homem e afirmou que aquela fala era criminosa.
Após a reunião online, a ouvidoria do Tribunal do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) foi procurada pela profissional, que relatou o caso, e o Ministério Público foi acionado pela Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil.
Com as denúncias, Geraldo foi transferido para outras funções que não envolvem o atendimento ao público no Fórum Trabalhista.
A pena de privação de liberdade publicada nesta segunda-feira (19/8) em virtude da injúria racial com o agravante do réu ser um funcionário público será substituída por prestação de serviços à comunidade.
A defesa de Geraldo Benette disse que ele não praticou ato de racismo porque não teria atendido a advogada no dia e ainda afirmou que ele repudia qualquer ato de racismo. Ao portal G1, a defesa do funcionário público disse que vai recorrer da decisão.