Sequestradores de Marcelinho Carioca são condenados a mais de 20 anos
Seis dos sete réus pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e de sua amiga Taís Alcântara em dezembro do ano passado foram julgados
atualizado
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São Paulo — Seis dos sete réus pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, em dezembro do ano passado, foram condenados a mais de 20 anos de prisão. A decisão, publicada nesta terça-feira (24/9), foi tomada pela Vara Criminal do Fórum de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.
O sétimo acusado pelo sequestro, Matheus Cândido da Costa, não recebeu pena porque estava foragido e só foi preso em agosto deste ano. O processo dele foi desmembrado do principal e a análise acabou sendo postergada.
Jones Ferreira foi condenado a 24 anos e 4 meses de prisão, e Caio Pereira da Silva, a 28 anos, 5 meses e 10 dias. O juiz Sérgio Cedano concluiu que eles praticaram associação criminosa, roubo com uso de arma de fogo e extorsão mediante sequestro.
Já Wadson Fernandes Santos e Eliane Amorim receberam pena de 24 anos e 4 meses de prisão por terem praticado associação criminosa, extorsão mediante sequestro com uso de arma de fogo, estelionato e lavagem de dinheiro.
O juiz condenou Thauannata Lopes dos Santos e Camily Novais da Silva a 21 anos e 4 meses de prisão pelos mesmos crimes, com exceção da lavagem de dinheiro.
O sequestro de Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca foi ao show de Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no dia 16 de dezembro de 2023. Na saída, ele passou na casa da amiga Taís, que é fã do cantor de pagode, para presenteá-la com ingressos para o show do dia seguinte.
Segundo o boletim de ocorrência, o ex-jogador decidiu estacionar a uma quadra da casa da amiga, na Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba, para não chamar a atenção. Ao perceber a aproximação de três criminosos, os dois tentaram se esconder, abaixados na Mercedes Benz CLA250, mas acabaram descobertos.
Marcelinho diz que levou uma coronhada no olho esquerdo. Os bandidos ainda teriam usado o carro de luxo para dar voltas em um baile funk, antes de levar os reféns até a Rua Ferraz de Vasconcelos, também em Itaquaquecetuba, o local do cativeiro.
O veículo da vítima foi abandonado na Rua Jacareí, onde policiais militares o encontraram horas depois. Dentro dele, havia uma arma de airsoft.
Cativeiro e gravação de vídeo
Marcelinho afirma que os criminosos obrigaram ele e a amiga a gravarem o vídeo dizendo que tinham um caso e haviam sido sequestrados por vingança. Para a polícia, no entanto, a ideia dos bandidos era criar uma pista falsa.
A ideia dos criminosos teria surgido após descobrirem que haviam sequestrado uma pessoa famosa e que havia policiais à procura. “Já que estamos com você e essa mina aqui, vamos pegar um dinheiro e, se você for de boa, vamos te soltar”, teria dito um dos bandidos, segundo depoimento do ex-jogador.
O celular da vítima chegou a ser usado pelos sequestrados para extorquir familiares.
A Polícia Militar conseguiu localizar o cativeiro, após uma denúncia anônima, na tarde seguinte ao arrebatamento. Outra mulher chegou a ser detida em flagrante na ocasião, mas os investigadores concluíram depois que não havia elementos suficientes para incriminá-la.