Sem Salles no páreo, Nunes cita frente ampla contra “extrema esquerda”
Desistência de Salles de se candidatar à Prefeitura foi bem vista pela campanha de Ricardo Nunes, que busca atrair votos de bolsonaristas
atualizado
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São Paulo – Após o deputado bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP) desistir de se candidatar à Prefeitura de São Paulo novamente, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) reforçou a ideia de que está organizando uma frente ampla contra a “extrema esquerda” na capital paulista.
“Temos uma frente ampla e democrática que se fortalece a cada dia. São Paulo não é lugar para extrema esquerda que apoia o Hamas”, disse ele ao Metrópoles.
Desde o ano passado, Nunes tem tentado vincular ao deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), seu adversário nestas eleições, a imagem de radical da “extrema esquerda”.
Já a menção ao Hamas foi uma referência ao fato de Boulos, num primeiro momento, não ter condenado nominalmente a organização palestina pela guerra contra Israel.
Saída de Salles
A desistência de Salles foi bem recebida pela campanha de Nunes, que vê o caminho livre para tentar atrair eleitores bolsonaristas que, de início, rejeitavam a ideia de votar no prefeito mesmo que ele contasse com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, apesar de considerar necessária a presença de Bolsonaro em seu palanque na capital, Nunes tem evitado a alcunha de bolsonarista – que foi reforçada, entre os rivais, pela saída de Marta Suplicy de sua gestão na Prefeitura para retornar ao PT e ser a vice de Boulos.
Como contraponto, Nunes tem reafirmado a formação de uma “frente ampla”, termo utilizado por alas de centro e de esquerda contra a campanha à reeleição de Bolsonaro em 2022, para combater o que classifica como ascensão da “extrema esquerda”.