Sem Milton Leite, PL articula ficar com a presidência da Câmara de SP
PL havia feito acordo para estar com o União Brasil na eleição da presidência da Câmara em 2025, mas bancada terá agora candidato próprio
atualizado
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São Paulo — A bancada eleita do PL na Câmara Municipal da capital decidiu, em uma reunião nesta quinta-feira (10/10), lançar um candidato próprio para a presidência da Casa no ano que vem, apesar de ter feito um acordo, no período pré-eleitoral, com o atual presidente, Milton Leite (União), comprometendo-se a manter uma aliança com o União Brasil para o comando da Casa.
Procurado, Milton Leite disse desconhecer a decisão do PL e afirmou que o acordo feito anteriormente está mantido. O diretório municipal do PL não se manifestou.
A reunião contou com a presença de seis dos sete vereadores eleitos pelo partido: Isac Felix, Sandra Tadeu, Sonaira Fernandes, Rute Costa e os recém-eleitos Lucas Pavanato e Zoe Martinez. O vereador reeleito Gilberto Nascimento não pôde comparecer por questões de agenda.
No encontro, foi batido o martelo pelo lançamento de um candidato próprio. O nome do candidato, contudo, ainda será decidido.
Nas eleições de 2020, o PL havia conquistado apenas dois vereadores. Durante a janela partidária, no início deste ano, a bancada subiu para cinco nomes. Com a apuração dos votos deste ano, a legenda emergiu como uma das potências da Casa, empatada com MDB e União Brasil como a segunda maior bancada. O maior partido ainda é o PT, com oito assentos.
O acordo com Milton Leite foi feito quando o cacique ameaçava não participar da coligação para a reeleição de Ricardo Nunes — o União Brasil exigia o cargo de vice-prefeito, que acabou ficando com o Coronel Mello Araújo (PL), indicado diretamente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Agora, no entanto, com a certeza de que o cacique não estará no Legislativo no próximo ano, uma vez que decidiu não concorrer, o PL avalia que as condições são diferentes e que há espaço para trabalhar por uma candidatura própria.
Lucas Pavanato, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), de extrema-direita, foi o vereador mais votado da cidade, com 131,4 mil votos. Pavanato posicionou-se ao lado de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições deste ano.
O mais votado do União Brasil, Rubinho Nunes, obteve a sexta maior votação da cidade (101,5 mil votos) e também apoiou Marçal no primeiro turno. Ambos fazem parte do grupo de extrema-direita da casa que já vem sendo chamado de G-Crazy.
Tanto Rubinho quanto Pavanato faltaram a um encontro realizado com Nunes, na sede de seu comitê de campanha, no centro, na terça-feira (8/10), para organizar o apoio ao prefeito contra Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno. No evento, Leite reafirmou que a presidência da Casa seria indicada pelo União Brasil, mantendo o acordo feito anteriormente.