Secretários de Tarcísio farão “tour” para melhorar relação com a Alesp
Aproximação de secretários de Tarcísio com deputados da Alesp ocorre após governador ser cobrado em reunião do PL em Brasília
atualizado
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São Paulo – Diante de um diagnóstico de que é preciso melhorar a relação com a base aliada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) escalou seus principais secretários para participar, nas próximas semanas, de um “tour” de conversas com deputados para estabelecer um canal direto de diálogo.
A ideia é que os deputados consigam levar suas demandas diretamente para os titulares das pastas, sem intermediários, e também entendam melhor porque determinados pedidos podem levar mais tempo do que o esperado. A medida é vista como uma forma de amenizar as tensões provocadas no primeiro semestre, quando muitos parlamentares se queixaram de não terem seus pleitos atendidos pelo governo.
O governo Tarcísio reconhece que, hoje, não tem uma base aliada sólida que garanta com tranquilidade o mínimo de 48 votos – entre 94 deputados – necessários para aprovar projetos do Executivo, como havia durante as gestões do PSDB.
Isso tem preocupado o Palácio dos Bandeirantes, já que, no segundo semestre, o governo deve enviar à Alesp uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para remanejar recursos “extras” da Educação para a Saúde. Para que uma PEC seja aprovada, é necessário o apoio de pelo menos dois terços da Casa, ou seja, 57 votos.
Os deputados mais próximos do governo, das bancadas do PL, Republicanos, PSD e PP, estão sendo avisados de que as conversas com os secretários terão início a partir de agosto, na volta do recesso parlamentar de julho.
Reunião do PL com Tarcísio acendeu alerta
Embora o governo já estivesse monitorando sinalizações dadas por bancadas como União Brasil, MDB e PSDB, que travaram votações de interesse de Tarcísio, a constatação de que é necessário estreitar a articulação ocorreu após a reunião do PL em Brasília, quando o governador foi hostilizado por bolsonaristas, incluindo deputados estaduais.
Na visão de deputados ouvidos pelo Metrópoles, o episódio escancarou, a nível nacional, um desgaste que já ocorria entre o governador e os parlamentares da Alesp.
Deputados de diferentes partidos têm reclamado da forma como os projetos chegam à Assembleia, com orientações para aprovação rápida, sem possibilidade de alteração dos textos e sem contrapartidas, como a liberação de emendas parlametares ou mais espaço dentro do governo.
Articulação na Alesp
Além disso, os grupos também têm criticado a atuação do secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), responsável pela articulação política. Muitos, em especial os bolsonaristas, têm recorrido ao secretário da Casa Civil, Arthur Lima, para apresentar suas demandas.
Partiu do próprio Arthur Lima a orientação aos secretários para que compareçam à Alesp para conversar com os deputados da base governista, para ajudar a acalmar os ânimos.
As reuniões ocorrerão por bancadas, sendo a primeira a iniciar as rodadas de conversas a do PL, partido com maior número de parlamentares (19) e que comanda a Alesp, com o presidente André do Prado.