Secretário promete resposta até sexta sobre fim de 165 turmas noturnas

São Paulo – O secretário-executivo estadual da Educação, Vinícius Neiva, participou de uma reunião com representantes do sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp) e da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), nesta terça-feira (26/11), para discutir o fechamento de turmas do período noturno em escolas estaduais.

No encontro, Neiva prometeu analisar um levantamento feito pelo sindicato e que indica que pelo menos 165 turmas noturnas do ensino médio e 10 de Educação de Jovens e Adultos (EJA) serão fechadas no próximo ano em 28 cidades do estado.

Segundo o diretor de comunicação da UPES, Arthur Melo, o secretário se comprometeu a confirmar se as classes seriam encerradas ou não até a próxima sexta-feira (29/11).

“Ele falou que a proposta enviada pela Seduc [Secretaria da Educação] não tinha no plano fechar escolas de 2º e 3º [ano do Ensino Médio]. Disse que iria analisar, conversar com as diretorias de ensino, para entender o que está acontecendo e dar uma resposta para gente se essas salas seriam fechadas ou não”, afirma Arthur.

Também presente na reunião, o presidente da Apeoesp, Fabio Santos diz que o levantamento feito pelo do sindicato está sendo atualizado a todo momento com base em novas informações enviadas à Apeoesp. Mesmo assim, acredita que há casos que não chegarão até a entidade.

“Nós sabemos que tem muito mais do que isso [de escolas afetadas] porque muitos têm medo de denunciar”, afirma o professor, que defende a manutenção das aulas à noite em todas as unidades atuais para atender aos alunos que trabalham.

“Nós gostaríamos que o ideal fosse cumprido, que todo estudante tivesse uma vaga no ensino integral diurno, mas essa não é a realidade de São Paulo nem do Brasil. Uma parcela considerável do nosso aluno do ensino médio é trabalhadora. Eles trabalham não porque querem, mas porque precisam ajudar em casa, então para este aluno trabalhador, seja do setor formal ou não, tem que ser garantida uma vaga no período noturno”.

A opinião é a mesma de Arthur: “No ensino noturno estão os alunos da periferia, que têm que trabalhar para colocar comida em casa. Isso vai complicar mais ainda para o estudante trabalhador conseguir se formar”.

Em nota sobre o tema enviada ao Metrópoles no último sábado (23/11), a Secretaria da Educação afirmou que “todos os alunos que necessitem do período noturno continuarão sendo assistidos neste turno”.

“As unidades que não tiverem número de alunos suficientes que justifiquem o período noturno terão seus alunos transferidos para outras escolas, com transporte garantido se residirem a uma distância maior de 2km da unidade”, afirma a pasta.

A secretaria alega que houve queda na demanda pelo ensino noturno no estado e diz que o fenômeno se explica por fatores como a expansão do ensino integral e o crescimento das matrículas no ensino profissional.

Nesta terça, professores contrários ao fechamento das turmas fizeram protestos em uma escola da Lapa que será afetada pela decisão e em frente à sede da Seduc.