Secretário de SP justifica recusa de livros do MEC: “Aluno não pode grifar”
Declaração acontece dois dias depois de Tarcísio anunciar que vai imprimir o conteúdo digital das aulas para todos os alunos da rede
atualizado
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São Paulo – O secretário estadual da Educação de São Paulo, Renato Feder, disse que o governo não aderiu aos livros didáticos do Ministério da Educação (MEC) porque o material não permite anotações e precisa ser devolvido ao final do ano.
“O aluno não pode anotar, não pode grifar, não pode circular porque esse livro tem que estar disponibilizado para o ano que vem”, afirmou o secretário.
Em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (07/8), Feder afirmou que os estudantes da rede vão continuar recebendo a apostila Currículo em Ação, livro de atividades que é impresso e já é entregue na rede. Segundo ele, o material permite que os alunos façam anotações, diferentemente do material pedagógico do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD).
“Esse material aqui é consumível, é um livro consumível. O aluno escreve aqui, ele grifa, anota, rabisca. Os livros do PNLD não são consumíveis no ciclo que a gente está falando”, disse Feder, afirmando que o governo quer que os alunos usem o livro “de verdade”.
Os livros entregues pelo Ministério da Educação (MEC) para as turmas entre o 6º e o 9º ano do Fundamental e o Ensino Médio são reaproveitados por mais de uma turma. Nos anos anteriores, o material é de uso pessoal e não precisa ser devolvido.
O secretário também afirmou que a ideia de manter apenas conteúdo próprio na rede é “facilitar a vida dos professores e dos alunos”, já que as escolas recebiam materiais do governo paulista e do governo federal.
A declaração de Feder sobre o PNDL acontece dois dias depois de o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) recuar no plano de um conteúdo 100% digital para a rede.
Até sexta-feira (4/8), a Secretaria da Educação dizia que o material impresso seria entregue apenas para os estudantes que não tivessem acesso aos equipamentos de informática. A recusa dos livros do PNLD gerou a abertura de um inquérito no Ministério Público de São Paulo.