1 de 1 Testes positivos da Covid-19- Metrópoles
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São Paulo – O Instituto Butantan detectou pela primeira vez no Brasil uma nova sublinhagem da ômicron: a BN.1. A variante da Covid-19, que já afeta Estados Unidos, Europa e Austrália, foi identificada em uma mulher de 38 anos, moradora da cidade de São Paulo.
Derivada da BA.2.75 da ômicron, a variante foi encontrada em uma amostra coletada em 27/10. No entanto, o Butantan divulgou o resultado do teste nessa segunda-feira (21/11).
De acordo com Gabriela Ribeiro, bioinformata do Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (CeVIVAS), com sede no Instituto Butantan, a detecção da BN.1 é um indicativo de que ela está em circulação no estado de São Paulo.
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Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesse
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De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis
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Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países
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Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus
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Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela
Aline Massuca/Metrópoles
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Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países
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A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteção
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A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demais
Fábio Vieira/Metrópoles
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidade
Andriy Onufriyenko/ Getty Images
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Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no Equador
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Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no Peru
Josué Damacena/Fiocruz
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Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírus
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As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menor
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Identificada pela primeira vez na França, a Deltacron combina características das mutações Delta e Ômicron. Segundo a diretora da OMS, Maria Van Kerkhove, ainda não há evidências de que a nova variante seja mais grave do que a Delta ou a Ômicron separadamente. Com dois casos identificados no Brasil, no início de março de 2022, a cepa também já foi encontrada em países da Europa e nos Estados Unidos
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Variante de menor impacto
Contudo, a BN.1 não é uma variante de preocupação para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, não se trata de uma categoria mais transmissível e, portanto, não deve causar grande impacto.
“Essa é uma variante que não é de preocupação, que não está sob monitoramento da OMS e é a primeira vez que ela é encontrada no Brasil. Pode ser que ela se espalhe, mas também pode se manter basal, ou seja, não circulando de maneira significante”, disse Ribeiro.
A BN.1 foi identificada primeira vez no sistema Pango de linhagens do SARS-CoV-2 na Índia em 28/7. Atualmente, a variante é encontrada, principalmente, nos Estados Unidos (16% de todas as amostras de BN.1 encontradas no mundo), no Reino Unido (15%), Áustria (14%), Austrália (14%) e Índia (11%).
Segundo a bioinformata, essa e as demais variantes que estão circulando no estado paulista demonstram não ter o mesmo potencial das responsáveis pela nova onda de Covid-19 no Brasil e em outros países.
“Existem várias novas variantes já descritas que estão circulando no estado de São Paulo, mas sem força suficiente para sobrepor a BQ.1.1”, afirmou Gabriela.
XBB.1 e CK.2.1.1
Duas novas sublinhagens da ômicron foram detectadas na semana passada pelo CeVIVAS. Recombinante entre as sublinhagens BA.2.10.1 e BA.2.75, a XBB.1 foi identificada em uma amostra da cidade de São Paulo. A XBB.1 foi classificada pela OMS como Variante sob Monitoramento (VUM).
Já a CK.2.1.1 havia infectado uma pessoa em Ribeirão Preto, no interior do estado paulista. Essa variante já foi identificada na Alemanha, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Espanha e na Áustria.