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Sarna, convulsões e piolho: ministério cria grupo para discutir saúde de refugiados

Iniciativa surge após denúncias de surto de sarna entre refugiados afegãos que estão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos

atualizado

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Refugiados abrigo Aeroporto Internacional de Guarulhos
1 de 1 Refugiados abrigo Aeroporto Internacional de Guarulhos - Foto: Fábio Vieira / Metrópoles

São Paulo – O Ministério da Saúde publicou nesta quinta-feira (29/6) portaria criando grupo de trabalho para discutir a Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas.

A iniciativa surge após denúncias de um surto de sarna entre os refugiados afegãos que estão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Mais de 20 pessoas foram diagnosticadas com a doença na última semana.

O grupo também sofre com a falta de atendimento para outros problemas como convulsões, hipertensão, dores e até piolhos.

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Posto Avançado de atendimento aos migrantes no Aeroporto de Guarulhos
Jovem afegão usa celular deitado no chão do Aeroporto de Guarulhos em junho de 2023
Barracas improvisadas se tornam casa para refugiados
Refugiados afegãos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos
Refugiados dormem deitados no chão e improvisando barracas com cobertores
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Refugiados afegãos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos em junho de 2023

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Posto Avançado de atendimento aos migrantes no Aeroporto de Guarulhos

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Jovem afegão usa celular deitado no chão do Aeroporto de Guarulhos em junho de 2023

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Barracas improvisadas se tornam casa para refugiados

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Refugiados dormem deitados no chão e improvisando barracas com cobertores

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Sarna, piolho e problemas mais graves de saúde são registrados

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Mulher afegã espera por vaga em abrigo de Guarulhos dentro de Aeroporto

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Jovem afegão senta em cama improvisada no chão do aeroporto

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O grupo de trabalho criado pela portaria será composto por integrantes de sete áreas diferentes do governo, como Secretaria de Saúde Indígena e Assessoria Especial de Assuntos Internacionais.

O objetivo principal é elaborar a proposta da Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas, apontando diretrizes para o cuidado com essas populações, além de sistematizar planos de ação para o atendimento a estes grupos.

Os trabalhos terão a duração de um ano e poderão ser prorrogados por mais 12 meses. A coordenação ficará a cargo da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Ao final do período, o grupo deve elaborar um relatório final, que será encaminhado à ministra Nísia Trindade.

Afegãos em Guarulhos 

Voluntários que atuam no acolhimento aos afegãos em Guarulhos devem receber uma visita da Ouvidoria-Geral da União nesta quinta (29). A reunião também contará com a presença de parlamentares.

A ideia dos voluntários é denunciar possíveis violações aos direitos humanos que têm acontecido no aeroporto.

A médica intensivista Aretusa Chediak Roquim conta que são comuns casos de piolho, dores de estômago e nas costas, além de crises de ansiedade entre as famílias que ficam acampadas no Terminal 2 à espera de um abrigo.

“Existe uma falha gigantesca na assistência a esses refugiados quando eles chegam ao aeroporto”, afirma a médica.

Aretusa é fundadora da ONG Além Fronteiras, Reconstruindo Vidas, criada em parceria com o afegão Moosa Hashimi, e que oferece ajuda para quem vem ao Brasil fugindo do Talibã.

Ela diz que os afegãos não recebem visitas de agentes de saúde da Prefeitura de Guarulhos e critica a falta de atenção ao grupo: “Não há [atendimento]. O que tem lá dentro é civil, são ONGs, associações que tentam acolher.”

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