São Paulo teve número de abstenções semelhante ao ano da pandemia

São Paulo — Com 100% das urnas apuradas, a cidade de São Paulo teve 2.548.857 abstenções, o que representa 27.34% dos eleitores totais aptos a votar (9.322.444). O total é semelhante à taxa de abstenção das eleições municipais de 2020, que foi de 29,29%. Naquele ano, a expectativa era de abstenção elevada em decorrência da pandemia de Covid.

Além disso, o total é superior à taxa nacional, que registrou 21,71% de abstenções neste ano.

A taxa de abstenções nas eleições municipais de São Paulo evoluiu com o tempo, conforme apurado pelo Metrópoles. Em 2000 e 2004, por exemplo, o percentual de eleitores ausentes no pleito foi de 14,23% e 14,95%, respectivamente.

Nas eleições seguintes, em 2008, 15,63% do eleitorado paulistano se absteve das eleições. Já em 2012, o total foi de 18,48% e, em 2016, 21,84% dos eleitores não votaram.

Em contrapartida, o número de eleitores na capital paulista cresce continuadamente desde 2000, quando São Paulo tinha 7.134.821 cidadãos aptos a votar. O crescimento de eleitores entre o último pleito (2020) e o deste ano foi de 3,74%:  o município passou de 8.986.687  para 9.322.444 eleitores.

O número de eleitores cresce continuadamente desde 2000, quando São Paulo tinha 7.134.821

Pablo Marçal (PRTB) compareceu à zona eleitoral cinco minutos antes do pleito encerrar. Caso não chegasse a tempo, o candidato entraria para o número de abstenções da cidade e, por isso, teria que justificar sua ausência.

Justificativas

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 2,4 milhões de eleitores em todo o Brasil já justificaram ausência às urnas através do e-Título, aplicativo da Justiça Eleitoral.

Sem dados específicos sobre o pleito de 2024 na cidade de São Paulo, na última eleição municipal, 537.659 eleitores justificaram a ausência na votação.

Para eleitores que não puderem comparecer às seções eleitorais, é possível justificar a ausência por meio do app da Justiça Eleitoral, que comprova a distância utilizando a ferramenta de localização do aparelho.

Outra opção é entregar um Requerimento de Justificativa Eleitoral preenchido em uma das mesas receptoras de votos.

Caso não apresente a justificativa no dia da votação, o eleitor poderá justificar a ausência em até 60 dias após cada turno da votação, por meios como o próprio e-Título ou pelo sistema Justifica.

Brancos e nulos

Neste ano, houveram 241.734 votos brancos e 422.802 votos nulos para prefeito na cidade de São Paulo. Já para vereador, foram 520.622 votos brancos e 456.332 votos nulos.

O total é menor do que nas eleições de 2020, quando a cidade de São Paulo registrou 373.037 votos brancos e 642.277 votos nulos para prefeito. Naquele ano, o pleito na capital paulista registrou 577.648 votos brancos e 660.401 votos nulos.

Vale destacar que votos brancos e nulos são inválidos nas eleições brasileiras; ou seja, eles não têm nenhum efeito no pleito. E mesmo que mais da metade dos votos sejam nulos ou brancos, não é possível cancelar uma eleição, já que a Justiça Eleitoral não considera esses votos.

Cármen Lúcia fala sobre eleições

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, Cármen Lúcia, deu uma entrevista coletiva na noite deste domingo (6/10). A magistrada destacou a celeridade do processo eleitoral brasileiro. “O Brasil já vai dormir sabendo em todos os estados da federação e todos os municípios, os eleitos”, disse.

Ela agradeceu o apoio das forças de segurança ao processo eleitoral, em especial à Polícia Federal (PF) que apreendeu R$ 1.750.974 em espécies de ilícitos somente non dia do pleito. A corporação apreendeu R$ 21 milhões, também em espécie, nos últimos dias antes do 1º turno.

Cármen Lúcia também enfatizou o empenho dos tribunais regionais e a importância de assegurar o direito ao voto seguro e tranquilo. “Nós temos então um final de domingo eleitoral sem maiores sobressaltos, sem ocorrências”, disse.

“É preciso que cada vez mais a gente tranquilize e tenha o final de domingo sem sequer essas ocorrências”.