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São Paulo é 3ª cidade com mais furto e roubo de celular por habitante

Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta, mostra foram levados 1.781,6 celulares por 100 mil habitantes

atualizado

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Jovem teve fotos íntimas divulgadas pelo namorado - Metrópoles
1 de 1 Jovem teve fotos íntimas divulgadas pelo namorado - Metrópoles - Foto: Getty Images

São Paulo — A capital paulista é a terceira colocada no ranking de municípios com maior taxa de roubo e furto de celular do país em 2023, ficando atrás apenas de Manaus (AM) e Teresina (PI). A cidade de São Paulo teve 1.781,6 aparelhos levados por criminosos a cada 100 mil habitantes. Os números fazem parte do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quinta-feira (18/7).

O levantamento feito pelo FBSP leva em consideração as 50 cidades com maiores taxas de roubo e furto de celular do país no ano passado, e inclui somente municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes.

Outro destaque negativo para os paulistas é o fato de que São Paulo é o estado com mais cidades no ranking das 50 mais afetadas por esse tipo de crime, com 15 municípios na lista (veja abaixo).

Diretor Presidente do FBSP e professor da FGV, Renato Sérgio de Lima afirma que roubos e furtos de celular são fenômenos que atingem, principalmente, as grandes cidades. Como exemplo, municípios pequenos (até 100 mil habitantes) têm taxa de 178,7 celulares levados por bandidos a cada 100 mil habitantes. Já nas cidades com mais de 500 mil moradores, essa proporção salta para 1.050,7 por 100 mil.

Modo de atuação

O representante do FBSP diz também que os criminosos aproveitam a desatenção da vítima para tomar o aparelho já desbloqueado e, assim, acessar aplicativos que possam gerar lucro rapidamente, como os de banco.

“A principal modalidade é a gangue da bicicleta, da motocicleta. Alguém passa e puxa o celular, quando você está usando”, afirma Lima.
O professor da FGV diz que a polícia paulista considera essa modalidade como furto qualificado e não como roubo (quando há uso de violência). Na avaliação do FBSP, a diferença legal não é percebida pela população, que entende “ambas as situações como violentas e profundamente invasivas”. No caso de roubo, a pena varia de 4 a 10 anos de prisão. No furto, vai de 1 a 4 anos.

O estado de São Paulo foi aquele que, proporcionalmente, mais registrou furtos nas ruas — foram 71,4% dos casos em vias públicas.
“São a porta de entrada para uma série de outros crimes. É a forma mais fácil, menos protegida, para converter em dinheiro. Antigamente, assaltavam caixas eletrônicos, mas hoje levam o celular”, diz o diretor presidente do FBSP.

Prevenção e investigação

O diretor presidente do FBSP diz que a população ainda precisa aprender a usar o celular de forma mais segura, o que ainda não acontece por causa do baixo nível de “letramento digital”, que é a capacidade de compreender o funcionamento da internet, por exemplo.

Há a percepção de que as pessoas não têm protegido o celular da mesma forma que cuidam, por exemplo, das suas próprias casas. Senhas mais seguras e confirmações de dois fatores, por exemplo, ainda não são adotadas de forma corriqueira.

O especialista afirma que roubos e furtos de celular tenham se destacado em todo o mundo, “a grande epidemia que está sendo discutida no Reino Unido, por exemplo”.

Também diz que a polícia tem que dar um salto de qualidade na investigação criminal, algo que ainda precisa ser construído pelas autoridades.

“É uma polícia que perdeu o efetivo, envelheceu, com policiais à beira da aposentadoria, que muitas vezes não sabem investigar crimes digitais. Precisam se capacitar de forma geral, não ter só um único grupo hiperespecializado, mas atuar no dia a dia”, diz Lima.

Os roubos e furtos de celular são apontados pelo especialista como combustíveis para o medo e a insegurança da população, mas a resposta do Poder Público, de forma geral, está aquém da necessidade.

Embora os números ainda sejam bastante elevados, os registros oficiais da Secretaria da Segurança Pública (SSP) apontam queda de 12,2% nos roubos e furtos de celulares entre 2022 e o ano passado, no estado de São Paulo.

Exemplo

O FBSP cita como exemplo um projeto desenvolvido recentemente pela Secretaria da Segurança Pública e pela Polícia Civil do Piauí, que teve, em 2023, a capital Teresina como vice-líder no ranking de roubos e furtos de celular.

O setor de inteligência da polícia desenvolveu um programa para analisar e agrupar informações dos roubos e furtos de celular. Foi criado um protocolo em parceria com o Poder Judiciário para que uma única investigação inclua até milhares de aparelhos — evita a abertura de um procedimento para cada celular, o que tornaria o processo demorado e ineficiente.

Com as informações, incluindo o IMEI (“RG do celular”), operadoras têm sido obrigadas, judicialmente, a passar as informações sobre a localização dos aparelhos, o que leva à devolução às vítimas.

Desde a adoção dessa medida, o governo do Piauí afirma que já recuperou 6.000 aparelhos.

Veja a lista das 50 cidades com mais roubos e furtos de celular por 100 mil habitantes

Posição – Cidades – Taxa*
1º – Manaus (AM) – 2.096,3
2º – Teresina (PI) – 1.866,0
3º – São Paulo (SP) – 1.781,6
4º – Salvador (BA) – 1.716,6
5º – Lauro de Freitas (BA) – 1.695,8
6º – Belém (PA) – 1.643,0
7º – Macapá (AP) – 1.425,7
8º – Olinda (PE) – 1.423,8
9º – Ananindeua (PA) – 1.400,6
10º – Recife (PE) – 1.292,7
11º – Natal (RN) – 1.265,5
12º – São Luís (MA) – 1.254,0
13º – Itapecerica da Serra (SP) – 1.231,4
14º – Diadema (SP) – 1.208,4
15º – Cariacica (ES) – 1.153,1
16º – Parnamirim (RN) – 1.134,1
17º – Timon (MA) – 1.129,2
18º – Poá (SP) – 1.102,5
19º – Guarujá (SP) – 1.094,1
20º – Marituba (PA) – 1.089,6
21º – Fortaleza (CE) – 1.089,3
22º – Belo Horizonte (MG) – 1.089,1
23º – Serra (ES) – 1.082,9
24º – Camaçari (BA) – 1.066,3
25º – Ferraz de Vasconcelos (SP) – 1.046,9
26º – Santana (AP) – 1.044,4
27º – Santo André (SP) – 1.005,2
28º – Vitória (ES) – 1.000,4
29º – Simões Filho (BA) – 973,3
30º – Brasília (DF) – 943,4
31º – Florianópolis (SC) – 940,4
32º – Itaquaquecetuba (SP) – 931,3
33º – Curitiba (PR) – 930,7
34º – Itanhaém (SP) – 927,3
35º – Caruaru (PE) – 898,9
36º – Vila Velha (ES) – 898,8
37º – Rio Branco (AC) – 892,7
38º – Aracaju (SE) – 886,6
39º – São Vicente (SP) – 879,9
40º – Osasco (SP) – 869,7
41º – Praia Grande (SP) – 849,9
42º – Balneário Camboriú (SC) – 845,8
43º – São Bernardo do Campo (SP) – 833,9
44º – Maceió (AL) – 829,6
45º – Taboão da Serra (SP) – 811,6
46º – Boa Vista (RR) – 774,9
47º – Mossoró (RN) – 769,2
48º – Castanhal (PA) – 766,2
49º – Feira de Santana (BA) – 761,5
50º – Suzano (SP) – 756,3 

*número de aparelhos levados por 100 mil habitantes

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