São Paulo: casos de feminicídio e estupro batem recorde no 1º semestre
Segundo dados do governo, o estado registrou 111 casos de feminicídio e 7.089 de estupro no primeiro semestre de 2023
atualizado
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São Paulo – Casos de violência contra a mulher em São Paulo bateram recorde negativo nos seis primeiros meses do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgados nesta terça-feira (25/7), foram registradas 111 ocorrências de feminicídio e 7.089 de estupro de janeiro a junho de 2023, os maiores índices da série histórica.
Uma das vítimas de feminicídio é Débora Almeida Monteiro, de 22 anos, encontrada carbonizada dentro da própria casa, no bairro Vila Maria, zona norte da capital paulista. O principal suspeito do crime é o seu ex-companheiro, contra quem a jovem tinha medida protetiva concedida pela Justiça.
O total de feminicídios notificados neste ano já é 48% maior em comparação com as 75 ocorrências no primeiro semestre de 2022, quando o crime também bateu recorde. As estatísticas referentes a esse crime são divulgadas desde 2018. O aumento acontece apesar da queda dos homicídios em geral.
De acordo com a SSP, 1.388 pessoas foram assassinadas em 2023, o que representa um recuo de 4,5% em relação às 1.454 vítimas do ano passado. Ainda segundo a pasta, o número de homicídios, em geral, é o menor já registrado em São Paulo desde o início da série histórica, em 2001.
Estupros
Com quase 40 casos registrados por dia, o número de estupros em São Paulo subiu e chegou a 7.089 notificações no primeiro semestre. Trata-se do pior resultado desde 2001, início da série histórica.
No mesmo período de 2022, São Paulo havia registrado 6.150 ocorrências – ou 15,2% a menos do que neste ano.
Segundo as estatísticas, 76% dos estupros (5.397 casos) foram cometidos contra vítimas vulneráveis – ou seja, pessoas com até 14 anos ou incapazes de consentir.
Investigações policiais também mostram que na maioria das ocorrências o autor do crime é uma pessoa conhecida da vítima. Foi o caso da menina Yasmin de Souza, de 13 anos, violentada e morta em Sarutaiá, no interior paulista, pelo próprio padrasto.