São Paulo tem mais de 110 cidades com epidemia de dengue; veja quais
Levantamento do Metrópoles baseado em dados da Secretaria da Saúde mostra que ao menos 116 cidades paulistas estão em situação de epidemia
atualizado
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São Paulo — Mais de 110 cidades paulistas estão em situação epidêmica de dengue, segundo levantamento realizado pelo Metrópoles baseado em dados da Secretaria Estadual de Saúde. Até a manhã desta sexta-feira (1°/3), ao menos 116 municípios registravam mais de 300 casos por 100 mil habitantes, taxa de incidência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma doença ser classificada como epidemia — no último dia 8 de fevereiro, eram 29 cidades dentro do índice.
Nas cidades com epidemia de dengue, houve registro de mortes pela doença em Marília (3); Taubaté (2); Pindamonhangaba (2); Pederneiras (2); Bebedouro (1); Guarulhos (1); Tremembé (1); Parisi (1); Batatais (1); Suzano (1); Campinas (1).
Nessa quinta-feira (29/2), a Secretaria da Saúde publicou mais duas mortes em municípios com taxa de epidemia, uma em Bariri e outra em Ribeirão Preto. Com os novos registros, o número total de mortos subiria para 24, no entanto, uma das mortes informada anteriormente pela pasta, na cidade de Matão, foi retirada do painel de monitoramento — totalizando, assim, 23 mortes até quinta-feira. O Metrópoles questionou a pasta sobre a mudança, mas não obteve retorno.
As demais mortes por dengue no estado foram registradas em São Paulo (2); Bauru (1); Franca (1); e Embu-Guaçu (1).
Cidades com piores indicadores de dengue
Das mais de 110 cidades em estado epidêmico de dengue, pelo menos 31 apresentam mais 1.000 casos por 100 mil habitantes. Entre os municípios com as maiores taxas de incidência, estão Brodowski, Dois Córregos, Pederneiras, Sales e Pindamonhangaba — listados em ordem decrescente de gravidade.
Pelo mapa disponível no painel de monitoramento da Secretaria de Saúde (veja abaixo), é possível ver que os casos de dengue estão espalhados por todas as regiões do estado, com uma concentração maior de epidemias em municípios do interior, que pode ser explicada pelo menor número de habitantes nesta região.
O Metrópoles perguntou à Secretaria da Saúde se as cidades com epidemia de dengue são prioridade no planejamento das ações de combate à doença. Em nota, a pasta relembrou medidas adotadas no início de fevereiro para todas as regiões do estado, como a criação do Centro de Operações de Emergência e o pagamento antecipado do programa IGM SUS Paulista, mas não comentou sobre a marca de mais de 110 municípios paulistas em situação epidêmica.
A Secretaria também informou que fará, nesta sexta-feira, o “Dia D de Mobilização Estadual”, ação em conjunto com a Secretaria da Educação que promoverá “iniciativas especiais” nas escolas. Paralelamente, a Defesa Civil do estado reforçará a orientação à população e as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.
O estado também passa a contar com o apoio do Exército Brasileiro, a partir desta semana, na limpeza urbana e orientação de combate à dengue junto à população paulista. O efetivo de profissionais será distribuído “de acordo com a necessidade e situação epidemiológica de cada município”, informou a Secretaria da Saúde.
Veja a lista das cidades com epidemia de dengue até 29 de fevereiro de 2024:
- Paulo de Faria
- Restinga
- Colina
- Bebedouro
- Monte Azul Paulista
- Paraíso
- Palmares Paulista
- Ariranha
- Brodowski
- Sales
- Pongaí
- Reginópolis
- Itaju
- Bariri
- Boracéia
- Pederneiras
- Santa Cruz das Palmeiras
- Vargem Grande do Sul
- Analândia
- Dois Córregos
- Mineiros do Tietê
- Botucatu
- São Manuel
- Sarutaiá
- Itu
- Pindamonhangaba
- Roseira
- Tremembé
- Jacareí
- Bertioga
- Pedregulho
- Jeriquara
- Ribeirão Corrente
- Guaíra
- Olímpia
- Onda Verde
- Parisi
- Votuporanga
- Dirce Reis
- Marinópolis
- Patrocínio Paulista
- Itirapuã
- Batatais
- Santo Antônio da Alegria
- Jardinópolis
- Ribeirão Preto
- Dumont
- Cravinhos
- Mococa
- Tambaú
- Casa Branca
- São João da Boa Vista
- Santo Antônio do Jardim
- Espírito Santo do Pinhal
- Pirassununga
- Holambra
- Jaguariúna – 1,076.72/639
- Paulínia
- Nova Odessa
- Campinas
- Valinhos
- Piracicaba
- Rafard
- Votorantim
- Franco da Rocha
- Atibaia
- Bragança Paulista
- Vargem
- Guarulhos
- Suzano
- Igaratá
- São José dos Campos
- Santa Branca
- Taubaté
- Potim
- Guaratinguetá
- Piquete
- Lorena
- São José do Barreiro
- Arapeí
- Bananal
- Ubatuba
- Ilhabela
- São Sebastião
- Taquaral
- Pirangi
- Pindorama
- Catanduva
- Catiguá
- Tabapuã
- Borborema
- Uru
- Arealva
- Macatuba
- Águas Claras de Santa Bárbara
- Manduri
- Bernadino de Campos
- Platina
- Assis
- Tarumã
- Ocauçu
- Marília
- Oriente
- Getulina
- Iacri
- Guararapes
- Mirandópolis
- Sete Barras
- Boituva
- Capivari
- Cristais Paulista
- Jaborandi
- Monte Alto
- Elisiário
- São José do Rio Preto
- Queiroz
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção da dengue
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.